João Sousa: “Depois de ter passado bastante mal com o ténis, é um motivo de orgulho voltar a estar onde estou”

Gaspar Ribeiro Lança/Raquetc

RAQUETC EM PARISJoão Sousa precisou de lutar durante 4h23, mas conseguiu regressar a Roland-Garros com uma vitória que o encheu de orgulho e e alegria apenas três dias depois de ter perdido a segunda final ATP que disputou esta época.

Em declarações após vencer Chun-hsin Tseng por 6-7(5), 6-1, 4-6, 6-1 e 6-4, o melhor tenista português da história deixou escapar um enorme sorriso quando foi informado da duração do encontro — “provavelmente o mais longo da minha carreira” — e partilhou a alegria que sentiu ao superar a primeira ronda do Grand Slam parisiense pela primeira vez em cinco anos: “Tive pouco tempo de adaptação a estas condições, que fazem com que a bola ande bastante menos e seja difícil fazer mossa e ser mais fiel ao meu estilo de jogo de pegar na bola com a direita e atacar, mas só tenho palavras positivas porque foi um encontro muito difícil, frente a um jogador que me surpreendeu muito.”

“Sabia que ele tinha sido um muito bom júnior, mas não estava à espera do nível que exibiu e a verdade é que o primeiro set podia ter pendido para qualquer lado, mas felizmente caiu para o meu. Fiz por isso: tentei ser agressivo e comandar eu os pontos, também tive um bocadinho de sorte quando ele mandou umas bolas para fora e eu fiz o break e depois consegui fechar, que nunca é fácil e ainda menos a cinco sets. Estou muito contente com o meu nível e por ter conseguido estar o encontro todo agarrado, a tentar e a dar o meu melhor”, acrescentou João Sousa, que teve apenas um dia e meio para se adaptar às condições de Paris, mais lentas que as de Genebra, onde a altitude faz com que a bola ganhe mais velocidade.

“Depois de ter passado bastante mal com o ténis, de ter tido muitas dúvidas e várias coisas a passarem-me pela cabeça, é um motivo de orgulho voltar a estar onde estou”, reconheceu o tenista de Guimarães, que também comentou as duas finais ATP alcançadas já este ano: “[Se me dissessem no início do ano] assinava de olhos fechados, sem dúvida. É ótimo, até agora tem sido um ano fantástico, mas o que importa realmente é o nível e o nível tem sido bom, tem sido alto, que é aquilo que mais procuro porque sei que se estiver a jogar a um nível alto vou acabar por ter grandes resultados.”

Sobre a campanha em Genebra, onde chegou a servir para a vitória sobre Casper Ruud (que seria a sexta da vitória sobre um top 10 mundial e primeira em terra batida), o pupilo de Frederico Marques afirmou que “sou consciente de que o quinto título me escapou por muito pouco, mas o ténis é mesmo assim, tira e dá e vai voltar a dar-me coisas positivas, aliás como a de hoje. É acreditar em mim e continuar a trabalhar. Passei por momentos muito difíceis nos últimos dois anos e todo esse esforço e entrega que tenho tido estão a dar-me frutos. Atrevo-me a dizer que na semana passada joguei o melhor ténis da minha vida, aos 33 anos, e é sempre bom perceber que ainda há margem de progressão.”

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