Murray regressa a Wimbledon com vitória, alcança marca redonda e emociona-se

Vencer um encontro em Wimbledon não passa de um sonho para a grande maioria dos jogadores, mas para Andy Murray o sonho não só se tornou realidade, como se multiplicou por seis dezenas: esta segunda-feira, o britânico regressou ao “seu” torneio com uma vitória que lhe deu acesso a um grupo muito restrito de tenistas que já celebraram por 60 vezes no All England Club.

Por Gaspar Ribeiro Lança, em Wimbledon

Com a ajuda dos holofotes do Centre Court, o campeão de 2013 e 2016 derrotou o australiano James Duckworth por 4-6, 6-3, 6-2 e 6-4 no último encontro de uma jornada inaugural marcada pela chuva, que interrompeu por duas vezes a programação, levou ao cancelamento de mais de uma dezena de encontros e à interrupção de outros tantos.

“Não sei quantas oportunidades ainda terei de jogar neste court, por isso quero aproveitar ao máximo cada vez em que jogo aqui.” Foi assim, com a voz a falhar pela emoção que lhe tomava conta das cordas vocais, que o ex-número um mundial se dirigiu ao público do histórico campo principal depois da reviravolta, que desde o início da segunda partida pareceu sempre o cenário mais provável.

Visivelmente emocionado por estar de volta ao torneio onde em 2018, 2019 e 2020 (neste último por causa da pandemia de covid-19) não competiu, Murray foi honesto com as palavras, mas também com a raqueta: depois de um susto que o obrigou a abdicar do ATP 500 do Queen’s Club e condicionou a preparação para Wimbledon, que tinha começado de forma promissora com as meias-finais no Challenger 100 de Surbiton e sobretudo a final no ATP 250 de Estugarda, o britânico precisou de tempo.

E tempo teve, porque do outro lado da rede Duckworth não foi capaz de dar seguimento à vitória na primeira partida e deu a Murray o espaço de que este precisava para, com paciência e sem demasiada pressão, construir o triunfo em quatro partidas. Com direito a uma interrupção de 10 minutos entre os últimos dois sets para que a cobertura pudesse ser fechada e a iluminação ligada, nem a breve paragem perturbou a recuperação do jogador da casa, que venceu em 2h43 para se tornar no sexto homem a alcançar os 60 triunfos em encontros de singulares na relva de Wimbledon — só atrás de Roger Federer (105), Jimmy Connors (84), Novak Djokovic (que esta segunda-feira chegou aos 80), Boris Becker (71) e Pete Sampras (63).

Segue-se o norte-americano John Isner (6-7[8], 7-6[3], 4-6, 6-3 e 7-5 frente a Enzo Couacaud).

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