História atrás de história: Ons Jabeur está a viver a melhor temporada da carreira e esta quinta-feira celebrou o capítulo mais dourado de uma aventura que ainda está a começar ao tornar-se na primeira mulher africana (e também árabe) a garantir o apuramento para a final de um torneio do Grand Slam. Fê-lo em Wimbledon e graças à 11.ª vitória consecutiva.
Número 2 mundial, a tunisina de 27 anos venceu o encontro entre melhores amigas com a alemã Tatjana Maria (que aos 34 anos e já mãe de dois filhos regressou ao circuito e viveu a melhor quinzena da carreira) pelos parciais de 6-2, 3-6 e 6-1.
Completamente à vontade na relva do All England Club, tal como já tinha estado na do WTA 500 de Berlim, que venceu, Jabeur não precisou de segredos: contou com os seus slices e amorties disruptivos, com as suas subidas à rede e com o seu ténis não tanto em potência, mas mais em colocação e efeito para superar Maria, que apesar de também ser uma boa praticante deste estilo de jogo não conseguiu ter resistência suficiente para a contrariar e esteve sempre mais dependente do que aconteceu do outro lado do court — dos 30 erros não forçados que Jabeur cometeu, 17 (!) foram no segundo parcial, que perdeu.
E foi bem à sua imagem, com um grande sorriso, muita modéstia e a vontade de partilhar o momento com a melhor amiga (que puxou para si no momento de receber o aplauso do público), que uma Ons Jabeur histórica celebrou a passagem à final mais importante da carreira.
Não só é a primeira mulher africana a fazê-lo, como a primeira mulher árabe. E está a apenas um passo de se tornar na nova campeã de torneios do Grand Slam. Falta o derradeiro desafio, contra a vencedora do encontro entre a russa-tornada-cazaque Elena Rybakina — também à procura da primeira final a este nível — e a romena Simona Halep, campeã em 2019, no último ano em que disputou Wimbledon.