Nuno Borges ultrapassa promessa da casa em cinco sets e soma primeira vitória em quadros principais do Grand Slam

Nuno Borges (104.º classificado no ranking ATP) juntou o nome a uma das mais restritas páginas da história do ténis português ao carimbar a primeira vitória da carreira em quadros principais de torneios do Grand Slam para alcançar a segunda ronda do US Open.

Embalado pelas três vitórias no qualifying, o número dois português celebrou pela quarta vez consecutiva em Nova Iorque ao levar a melhor num encontro com contornos épicos frente ao prodígio norte-americano Ben Shelton, de 19 anos e número 165 mundial, por 7-6(6), 3-6, 7-6(5), 6-7(8) e 6-3 após 4h02.

A disputar pela terceira vez consecutiva o quadro principal de um “Major”, Nuno Borges teve pela frente um adversário que, tal como ele, brilhou no circuito universitário norte-americano: o maiato, atualmente com 25 anos, foi mesmo um dos melhores da história naquele nível ao chegar a número um de singulares e pares e disputar a final do campeonato nacional universitário em 2019; já o norte-americano, conquistou o título este ano (a vitória valeu-lhe o wild card para o US Open) e na semana passada anunciou que, após dois dos quatro anos de estudo-competição previstos, decidiu abandonar a Universidade da Flórida — com a qual venceu o campeonato nacional de equipas ao lado de outro português, Duarte Vale — para abraçar o profissionalismo.

De alta intensidade do início ao fim, o encontro não teve momentos baixos: quer Borges (que no qualifying esteve longe do seu melhor ténis), quer Shelton apresentaram uma regularidade notável para a duração do duelo e a dimensão da ocasião. O português até criou um match point no tie-break da quarta partida, mas um ás (ao todo “disparou” 22, o mais rápido 223km/h) permitiu a Shelton anulá-lo e ganhar confiança para forçar um parcial decisivo. Chegada a hora das decisões, a experiência ajudou o maiato a adiantar-se e uma rara quebra de serviço (houve apenas quatro) ao quarto jogo deu-lhe a vantagem necessária para avançar, com autoridade, para uma das vitórias mais importantes da carreira.

Depois de cair na primeira ronda de Roland-Garros e de Wimbledon (em Paris ultrapassou o qualifying, em Londres foi repescado como lucky loser após perder na eliminatória de acesso), Nuno Borges chegou pela primeira vez à segunda ronda do quadro principal de singulares de um torneio do Grand Slam. E também partirá como mais cotado frente ao próximo adversário, o chinês Yibing Wu (174.º), que esta segunda-feira fez história para o seu país ao tornar-se no primeiro homem a vencer no quadro principal do torneio, passando por Nikoloz Basilashvili com arrasadores 6-3, 6-4 e 6-0.

No que diz respeito ao ranking, a vitória desta segunda-feira também pode ter um impacto histórico na carreira de Nuno Borges: com ela, o português de 25 anos subiu provisoriamente ao 91.º lugar da classificação “em direto”, mas ainda há um grupo considerável de jogadores em posição de, como ele, avançar na tabela não só ao longo desta semana, como da próxima, uma vez que o ranking só voltará a ser atualizado a 12 de setembro.

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