Com bilhete dourado para Melbourne na mão, Borges está livre “para dar tudo” no Maia Open

Sara Falcão/FPT

MAIA – O grito aquando do game, set and match expressou o alívio pelo triunfo difícil nos quartos de final do Maia Open frente ao talentoso italiano Riccardo Bonadio. Triunfo esse que acabou por ter ter duplo significado, já que para além de ter carimbado o apuramento para as meias-finais, Nuno Borges também assegurou a entrada direta no quadro principal do Australian Open — que será o primeiro torneio do Grand Slam em que participa sem precisar de jogar a fase de qualificação. No final de nova jornada dupla em casa, o maiato confessou ter estado abstraído do que estava em jogo nesta sexta-feira.

“Para ser muito sincero, não sabia que este encontro garantia a entrada no quadro principal da Austrália. Entrei para este torneio a saber que havia uma certa ronda em que isso aconteceria, mas não estava muito a par e tentei afastar-me um pouco da situação. Não estava obcecado com isto e achei que mais cedo ou mais tarde iria acontecer se fizesse as coisas bem”, comentou Nuno Borges acerca do duplo feito alcançado.

“Não era necessário meter essa pressão em mim mesmo aqui e agora. Isso não me ajuda a longo prazo. Na altura entrar no top 100 consumiu-me, não estava a conseguir jogar tão bem como gostaria por causa dessa pressão extra. E por isso tentei afastar-me dessa situação”, observou, explicando o festejo efusivo no final do último ponto: “ultimamente tem sido mais difícil para mim puxar por mim mesmo e competir. Tenho sido mais negativo e senti que hoje fiz um esforço enorme para estar sempre ao mais alto nível, ele ia exigir isso de mim, e também para corrigir o jogo contra o Pedro, que eu achei que deixei a desejar, estava apático. Libertei tudo porque vivi o jogo com muita emoção, mas na altura não gritei assim por causa da Austrália”.

Sobre o encontro, o terceiro entre ambos, e novamente favorável ao número dois nacional, o tenista de 25 anos considerou que “a esquerda é muito boa e muitas vezes não sei para que lado vai. O serviço está melhor, ele está mais completo, mas senti que nos momentos decisivos consegui fazer mais a diferença. Foi uma vitória muito bem conseguida, tive de dar tudo e jogar muito bem para conseguir ganhar. Ele às vezes sai um bocadinho do jogo, falha uma ou outra, mas depois encontra o ritmo e obriga a jogar muito bem”

A separá-lo da segunda final do ‘seu’ torneio está o austríaco Maximilian Neuchrist, um autêntico maratonista nesta prova, que joga desde a fase de qualificação. “Não o tenho visto muito, mas treinei com ele antes do torneio e já o conheço um pouco. É agressivo, serve muito bem, mas não diria que é o típico jogar de terra batida. Sei que tem tido jogos muito pesados nas pernas e vou tentar aproveitar isso. Um encontro longo vai-me beneficiar. Estou pronto para dar tudo”.

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