Pedro Sousa de decisão tomada: “As odds estão contra mim, mas vale a pena tentar”

Sara Falcão/FPT

OEIRAS – Era uma das incógnitas para 2023. Pedro Sousa deixou no ar a possibilidade de abandonar a modalidade após o último Maia Open, mas decidiu tentar novamente e um mês depois recebeu um convite da Federação Portuguesa de Ténis para disputar o primeiro Indoor Oeiras Open. A estreia no novo ano não foi a melhor, mas a confiança em regressar ao nível que já apresentou inúmeras vezes mantém-se intacta, bem como a certeza da decisão acertada tomada.

Na altura [Maia Open] estava um pouco frustrado, estava triste pela forma como as coisas terminaram e pela forma como me estava a sentir, mas era algo que já tinha na minha cabeça, que tinha de tomar uma decisão. Havia uma parte de mim que estava satisfeita pelos objetivos que concretizei na carreira, na qual tenho orgulho, mas havia outra parte que acredita que ainda consigo ter o nível de alguns jogos do ano passado. Se conseguir manter essa consistência vou conseguir voltar a estar perto do top 100. Foi essa parte que decidi ouvir. Sei que não é fácil, sei que as odds estão contra mim, mas acho que vale a pena tentar, mereço essa hipótese enquanto o corpo me deixar e enquanto me sentir bem. E mesmo que não consiga o facto de ainda conquistar algumas vitórias pelo caminho já vai fazer com que valha a pena”, debruçou-se o antigo 99.º do ranking ATP depois da estreia na nova temporada.

Para regressar ao nível de outrora, Pedro Sousa tem noção que a ascensão terá, certamente, de passar pelo regresso aos torneios ITF, de preferência em terra batida (e, portanto, fora de Portugal). Algo que não é novo no lisboeta de 34 anos. “Já voltei ao zero, agora não estou no zero [é 494.º]. E agora tenho mais experiência, acredito que poderei lidar melhor com a situação. Estou preparado e sei que tenho nível para passar por essa fase outra vez”, referiu, aludindo em concreto às temporadas de 2015 e 2016, quando voltou a competir após uma grave lesão no pulso esquerdo.

E numa altura de vésperas do primeiro Grand Slam da temporada, Sousa não se mostra afetado por falhar o Australian Open e o primeiro ‘Major’ sem ser por lesão em praticamente seis anos. “Se não ganhei jogos, se não competi tanto nem tão bem como queria é normal que o ranking caia e não jogar Grand Slams é uma consequência disso. Claro que gostaria de voltar o mais rápido possível, mas é algo que tenho de ver com naturalidade e entender porque não os jogo, porque o ano passado houve coisas mais importante para mim. Não estou arrependido, era o necessário. Aqui estou para voltar o mais rápido possível”.

Sobre o encontro inaugural do ano, onde desperdiçou por duas vezes vantagem no segundo parcial frente a Elmar Ejupovic, um dos wild card do Indoor Oeiras Open fez o respetivo balanço, enaltecendo o pouco ritmo e as caraterísticas de jogo e do opositor. “No primeiro set não tive grandes chances. No segundo consegui criar mais dificuldades no serviço dele, acabei de ter hipóteses de levar o encontro para terceiro set, mas infelizmente não consegui. As condições para mim aqui são difíceis pois é tudo mais rápido, ele é um jogador com um estilo que me deixa desconfortável porque não dá muito ritmo e faltou servir um pouco melhor, aguentar melhor um ponto ou outro que acabei por falhar quando estava à frente“, considerou, sublinhando que a frustração que apresentou em alguns momentos se deveu, essencialmente, a uma noite mal passada.

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