Gonçalo Oliveira regressa aos títulos mais de quatro anos depois com vitória no Loulé Open by Cimpor

LOULÉ — O português Gonçalo Oliveira (464.º classificado no ranking ATP) conquistou este domingo, no Loulé Open by Cimpor, o oitavo título de singulares da carreira no circuito profissional e o primeiro desde dezembro de 2018.

Atrasada cerca de quatro horas devido à chuva que afetou pela primeira vez a 13.ª edição do torneio, a final teve pouca história, à semelhança do que aconteceu nos quatro encontros anteriores vencidos pelo tenista português de 28 anos: 6-3 e 6-2 (assinados em 1h24) foram os parciais que lhe permitiram derrotar o francês Lucas Poullain (847.º), campeão do Faro Open há uma semana que chegou a esta decisão com uma série de nove triunfos consecutivos.

A tarefa de tomar a iniciativa perante um adversário que gosta de “esperar” na linha de fundo assentou que nem uma luva a Oliveira. Porque antes da final deste domingo não conhecia Poullain, o jogador portuense (que vive há vários anos no Algarve) aproveitou os primeiros jogos para estudar o peso de bola e a altura das pancadas do francês, esperou pelo timing certo e depois partiu para o ataque.

A quebra de serviço (em branco) que decidiu o primeiro parcial surgiu ao oitavo jogo, mas Oliveira já tinha ameaçado nos anteriores ao tirar proveito da capacidade de obrigar Poullain a deslocar-se constantemente de um lado ao outro da linha para ter muito mais espaço vazio a explorar.

Foi a primeira vez em toda a semana que Poullain perdeu uma partida, mas o tenista gaulês não desmotivou e logo no arranque da segunda conseguiu um break em branco. Só que a reação de Oliveira à ligeira quebra de concentração foi imediata e, também com um break em branco, o número seis nacional partiu novamente para o ataque e nunca mais parou: num ápice, venceu seis jogos seguidos e só descansou quando ouviu o tão aguardado “game, set and match“. 

“É o primeiro título de singulares que ganho em Portugal, por isso estou muito contente”, reconheceu Gonçalo Oliveira no final. “É o resultado de muito trabalho em casa, com o meu pai e com a minha equipa, e resulta de uma série de coisas: estou mais maduro, mais focado, sei o que é que preciso de fazer e já não perco tempo em coisas desnecessárias. Há jogadores que amadurecem mais cedo, eu amadureci um pouco mais tarde, mas agora está tudo a encaixar.”

Surpreendido com a campanha que assinou num torneio em que não perdeu qualquer set, e do qual sai com importantes 25 pontos para reconstruir a evolução no ranking (foi 194.º em dezembro de 2017), o tenista português mostrou-se confiante em relação ao futuro: “Este título dá-me confiança para o que aí vem e sinto que a jogar a este nível não vou estar nestes torneios durante muito tempo.”

Declarações de Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis: “Quero felicitar a organização, os patrocinadores e a Câmara Municipal de Loulé, que apoia o torneio. Este é o quarto torneio, ainda faltam dois da série de seis seguidos aqui no Algarve, e estou muito contente porque nos quatro que já se realizaram tivemos duas vitórias de dois jogadores portugueses. É para isso que trabalhamos e estou muito contente por ver que está a acontecer. E estes torneios tiveram todos quadros muito fortes, o que dá ainda mais mérito a estes títulos.”

Declarações de Luís Pedro, presidente o Clube de Ténis de Loulé e diretor do torneio: “Foi um torneio muito forte, que inclusive contou com um jogador que já esteve no top 30 mundial. Tivemos um leque significativo de atletas portugueses e já há alguns anos que não tínhamos um vencedor português, mas felizmente hoje isso aconteceu. O Gonçalo Oliveira está de parabéns, a organização está de parabéns e todos aqueles que colaboram estão de parabéns.”

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