Neuza Silva radiante: “Construímos uma família e isso ganha jogos”

Sara Falcão/FPT

OEIRAS – Quatro eliminatórias, quatro vitórias para a seleção portuguesa na Billie Jean King Cup no Complexo de Ténis do Jamor. E o ‘poker’ de triunfos alcançado esta sexta-feira deu-se às custas da principal favorita à promoção ao Grupo I, a Grécia inicialmente de Maria Sakkari, mas ainda assim com uma equipa bastante rodada e experiente. Um quinto e último sucesso frente à Geórgia valerá a Portugal um regresso à segunda divisão do ténis feminino.

“Deixámos tudo em campo do início ao fim. A Matilde foi a jogo pela primeira vez em singulares contra uma jogadora muito difícil. Tentámos contrariar, mas foi importante para ela ter mais rodagem para o par que viria a ser outra vez decisivo. Quanto à ‘Kika’, é notório que tem vindo a subir de jogo para jogo, está com um nível bastante alto, a equipa toda também lhe transmite isso. Ela tem de acreditar que tem qualidade para subir cada vez mais e enfrentar este tipo de jogadoras do top 200“, começou por resumir a capitã Neuza Silva, empolgada com o pleno de vitórias até ao momento. “A união e o coração ganham jogos. Construímos uma família e isso lá dentro ganha jogos”.

A estreante da semana individualmente — isto porque em pares alinhou nos quatro triunfos — mostrou-se “feliz”, ainda que “nervosa”. “Acho que é normal, queria dar à equipa a vitória porque sabia que a ‘Kika’ ia ter um jogo duro. Sinto que não joguei mal de todo, mas podia ter feito melhor”, considerou Matilde Jorge em conferência de imprensa.

A irmã mais velha, Francisca Jorge, apesar de cansada pelo longo dia — só em singulares jogou 2h22 —, estava naturalmente satisfeita após o duplo sucesso, em especial por ter alcançado a terceira maior vitória da carreira em termos de cotação da opositora (Despina Papamichail é 151.ª WTA). “Tem vindo a subir o nível ao longo da semana. Jogar na Billie Jean King Cup traz sempre muita emoção, muita paixão, o nível sobe mais do que se estiver a jogar só por mim e sem dúvida que ter a equipa de fora e a Neuza no campo ajuda bastante. Tenho vindo a acreditar que é possível jogar a este nível várias vezes durante a semana, o que num torneio normal equivale a umas meias-finais ou fazer final. Estou bastante contente e orgulhosa de mim própria”.

Esta sexta-feira foi o dia com mais público nas bancadas do Court Central do Complexo de Ténis do Jamor e muitas foram as ilustres figuras do ténis nacional que marcaram presença, como João Sousa, Nuno Borges, Gastão Elias, Francisco Cabral, Rui Machado ou Pedro Sousa. O derradeiro compromisso da semana vale uma possível subida de divisão frente a uma seleção da Geórgia “difícil, batida e rodada” já desde os tempos de Neuza Silva como jogadora, que apela à presença de todos no suporte à equipa portuguesa.

“É ótimo saber que temos pessoas do nosso lado. O calor passa lá para dentro, peço a todos que não estejam tímidos e retraídos no apoio. Apareçam em massa e podem ter a certeza que vamos entrar com máxima força e vontade de ganhar”.

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