Daniel Rodrigues sai do Jamor de cabeça erguida: “Há muitas coisas positivas a tirar”

OEIRAS — Daniel Rodrigues tinha esta segunda-feira a missão de reforçar a comitiva portuguesa no quadro principal do Oeiras Open, mas o sonho de apuramento não passou disso. O madeirense de 23 anos tremeu nos momentos mais decisivos do confronto com Manuel Guinard (263.º) e cedeu por 7-6 (1) e 6-4, depois de até ter tido um set point à disposição.

Desapontado por não ter conseguido gerir a liderança em ambos os parciais, começou por analisar em conferência de imprensa: “Tive um set point no primeiro e muitos break points, mas a verdade é que ele jogou sempre bem nesses momentos e é sempre uma pressão extra. Se não converter as oportunidades com este tipo de jogadores, não há hipótese.”

E apontou aquilo que escasseou quando mais necessitava, salientando diferenças com o nível do circuito ITF: “Faltou-me confiança, para saber que podia segurar o serviço até ao fim e pôr o pé no acelerador. Tive breaks no início, mas não estou habituado ao nível. Nos Futures consigo recuperar e tenho mais hipóteses de perder e recuperar o break, mas com estes jogadores não é assim. É essa a diferença do tipo de torneios.”

Ainda assim, e com os olhos postos num futuro risonho, Rodrigues relembra que há um caminho a percorrer no escalão inferior antes do regresso ao circuito secundário: “O último Challenger que joguei foi há um ano, há muitas coisas positivas a tirar e gostei do nível que apresentei. Estou a jogar melhor do que nos últimos meses, mas há muitas coisas a aprender. São dois jogos para perceber como estou, é bom para aprender.”

Dividido entre os Estados Unidos da América e Portugal, assegurou que é deste lado do Atlântico que se situam as suas próximas paragens competitivas: “Vou voltar aos Futures e talvez consiga entrar nos mais altos. Quero jogar mais em terra cá na Europa, em Itália e Espanha. Aqui na Europa é fácil de viajar, vou-me inscrever e ver onde entro.”

Apontando a figura paterna como motor da sua carreira em termos financeiros, Daniel Rodrigues adiantou: “Nem penso em dinheiro e nem quero saber de prize money, já percebi que não vale a pena porque isso é uma consequência. Não dá para jogar ténis por dinheiro, não conheço quem o faça e quem diz está a mentir. O meu pai felizmente consegue ajudar e tento ser poupado, tento ficar em hotéis mais baratos. O prize money é mais para encordoações, aí o dinheiro vai logo.”

E sob o mesmo mote da poupança, brincou: “Estou a usar raquetas que eu comprei, tudo. Aliás, até estou a jogar com t-shirts do meu pai, já não lhe serviam e estou a jogar com elas.”

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