Nuno Borges desinspirado despede-se de Roland-Garros na segunda ronda

António Borga

PARIS — Três dias depois de ter conquistado a primeira vitória da carreira no quadro principal de Roland-Garros, Nuno Borges não conseguiu fazer história nacional e foi eliminado na segunda ronda, da qual nunca houve um homem português a passar.

Num dia de muito calor, o melhor tenista português da atualidade (é o 80.º classificado no ranking ATP) ficou muito aquém do seu melhor ténis e, com uma exibição desinspirada, perdeu por 7-6(3), 6-4 e 6-3 para o argentino Diego Schwartzman (95.º e ex-número oito).

Tal como Borges, também Schwartzman foi obrigado a disputar cinco partidas para ultrapassar o desafio inaugural. Mas o argentino não só precisou de recuperar de uma desvantagem de dois sets como só entrou em ação um dia depois, na segunda-feira.

Ainda assim, foi o português quem se apresentou mais pesado, lento e apático, sendo raros os momentos em que produziu algum do ténis que em março — em condições bem distintas — superou este mesmo adversário a caminho do maior título da carreira no Challenger 175 de Phoenix, no estado norte-americano do Arizona.

Cansado e errático, Borges chegou a meio da primeira partida com apenas 36% dos primeiros serviços colocados e terminou o encontro com 45%. Foram demasiados erros diretos (52) para as 2h35 de encontro e, sobretudo, uma quebra de rendimento que a este nível se tende a pagar caro, mesmo se do outro lado estava um adversário que, apesar de tudo o que já fez, não vencia dois encontros consecutivos desde setembro de 2022.

Com um sabor agridoce pela forma como concluiu a prestação, Nuno Borges tem, ainda assim, motivos para recordar esta passagem por Roland-Garros com alegria: foi a primeira ocasião em que obteve entrada direta no quadro principal (há um ano jogou-o via qualifying) e a primeira em que ultrapassou a primeira ronda, tornando-se no quinto homem português a fazê-lo.

Se tivesse ganho o encontro desta quarta-feira, então o maiato de 26 anos teria mesmo sido o primeiro a chegar à terceira eliminatória, pois até hoje só Michelle Larcher de Brito o fez na competição feminina.

De Paris, segue-se um regresso a Portugal antes de atacar a temporada de relva, na qual está inscrito em quatro torneios: o Challenger de Notthingam na semana de 12 de junho, o de Ilkley na de 19 de junho, ou o ATP 250 de Eastbourne ou o de Maiorca na semana de 26 de junho e, finalmente, Wimbledon a partir de 3 de julho — e pela primeira vez com entrada direta.

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