Kato recorda desqualificação: “Disseram-me que se o apanha-bolas fosse um rapaz não haveria problema”

Miyu Kato foi a protagonista de um dos episódios que mais deram que falar durante a quinzena de Roland-Garros, depois de ter sido desqualificada por ter atingido uma apanha-bolas. A japonesa, que saiu em lágrimas após as adversárias terem exigido a sua desqualificação, recordou numa entrevista ao Claytenis o desconforto que sentiu após se tornar o centro das atenções.

“Senti-me muito mal mentalmente, depois da desqualificação pensei em voltar para casa, no Japão. O árbitro e o supervisor falaram comigo e disseram-me que se o apanha-bolas fosse um rapaz não haveria problema. Como a rapariga chorou mais de 15 minutos, tiveram de tomar uma decisão mais pesada. Também me disseram que se a bola tivesse acertado nas pernas ou nos braços não teria sido desqualificada, mas como bateu no pescoço foi diferente”, confessou a especialista de pares que, mais tarde, acabaria mesmo por se sagrar campeã de pares mistos em Paris.

E foi só no dia da decisão do título, ao lado de Tim Puetz, que voltou a reencontrar a alegria: “Estive durante várias horas dentro do balneário, nem quis falar com ninguém. Não estive bem até ao dia da final, mas aí recebi muitas mensagens de apoio positivas, todos me apoiaram.”

Kato admitiu ainda que Marie Bouzkova, uma das adversárias do encontro da desqualificação, lhe enviou uma mensagem, enquanto Sara Sorribes Tormo – que forçou o árbitro a retirar a nipónica do torneio – manteve o silêncio: “Bouzkova enviou-me uma mensagem, mas não respondi. Ela disse-me que lamentava o que tinha acontecido.”

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