Nuno Borges escorrega, lesiona-se e sofre reviravolta na primeira ronda de Wimbledon

Depois de tanto esperar por causa da chuva, o português Nuno Borges (69.º classificado no ranking mundial) sofreu um contratempo ainda maior ao lesionar-se na sequência de uma escorregadela que deitou por terra as hipóteses de celebrar a primeira vitória da carreira no quadro principal de singulares de Wimbledon, do qual voltou a despedir-se na eliminatória inaugural.

Por Gaspar Ribeiro Lança, em Wimbledon

Com entrada direta no quadro principal de singulares pela primeira vez, o melhor tenista luso da atualidade perdeu por 5-7, 6-3, 6-3 e 6-4 para o argentino Francisco Cerúndolo, número 19 mundial que chegou a Londres com o título do ATP 250 de Eastbourne (também em relva) na bagagem.

Apesar do favoritismo do adversário quer pelo ranking, quer pelo momento de forma, Nuno Borges teve condições para lutar pelo encontro e foi, inclusive, quem deu o primeiro passo: após um início lento, no qual revelou maiores dificuldades na adaptação às circunstâncias, o maiato de 26 anos aproveitou a interrupção devido à chuva e regressou ao pequeno Court 15 focado, sendo bem-sucedido na missão de salvar um set point logo no primeiro ponto após novo aquecimento.

Do outro lado, Cerúndolo acusou a quebra causada pela longa interrupção (já depois de várias horas de atraso a abrir a jornada) e Borges aproveitou na perfeição a queda de rendimento abrupta do sul-americano para não só salvar o set point, como vencer três jogos consecutivos que lhe permitiram conquistar a primeira partida.

Na frente do encontro pela primeira vez, o número um nacional tirou proveito da recuperação no marcador e entrou no segundo parcial mais confiante e agressivo. Só que logo ao segundo jogo, já depois de segurar o serviço, escorregou na relva e ficou agarrado ao tornozelo direito, que precisou de receber assistência.

Apesar de se ter mantido em jogo até ao final, Nuno Borges nunca mais foi o mesmo jogador: com dificuldades no apoio e na rotação do tornozelo/pé direito, perdeu a confiança, grande parte da agressividade e a capacidade de colocar dificuldades a um adversário que, muito rodado e otimista neste piso apesar de ser sobretudo um especialista da terra batida, aproveitou as circunstâncias para construir a recuperação sem grandes obstáculos.

A derrota de Nuno Borges colocou um ponto final na representação portuguesa nos quadros principais de singulares de Wimbledon, onde em 2023 foi o único jogador luso a conseguir participação (Frederico Silva perdeu na última ronda do qualifying).

Nos pares, o maiato deveria atuar ao lado de Nicolas Barrientos, mas depois do sucedido esta quarta-feira ainda não é claro que o consiga fazer. Francisco Cabral jogará ao lado de Rafael Matos, brasileiro com quem iniciou uma parceria de longa duração há cerca de dois meses.

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