Entre o domínio e as picardias, Djokovic apura-se para a final de Wimbledon pela nona vez na carreira

O sérvio Novak Djokovic apurou-se, na tarde desta sexta-feira, para a nona final da carreira em Wimbledon e tornou-se no primeiro tenista da história, homem ou mulher, a inscrever o nome em 35 finais de singulares de torneios do Grand Slam.

A disputar a 12.ª meia-final no All England Club, o jogador de Belgrado foi testado pelo italiano Jannik Sinner de forma tímida e resistiu ao ponto de selar uma vitória em três partidas, por 6-3, 6-4 e 7-6(4), num encontro mais tranquilo do que aquele de há um ano, quando precisou de recuperar de uma desvantagem de dois sets a zero para travar este mesmo adversário nos quartos de final.

Djokovic enfrentou pontos de break logo no primeiro jogo do encontro e as ameaças não concretizadas por Sinner tiveram o efeito oposto, pois o número dois mundial despertou e quebrou de imediato o ‘saque’ ao jovem transalpino.

A partir daí, e mesmo voltando a enfrentar situações de aperto, o jogo decorreu ao ritmo do campeão em título, que resistiu aos ataques de Sinner — fustigados por demasiados erros do fundo do campo e em especial com a pancada de direita, a sua maior arma — e construiu uma vantagem de dois sets a zero.

O terceiro parcial foi o de maior aperto para Djokovic. Quer pelas investidas mais sérias de Sinner, que reduziu ligeiramente os erros na direita, quer pelos confrontos e picardias já habituais com o público do Centre Court, ainda assim mais tímido do que o do Court Philippe-Chatrier, em Paris, foram vários os momentos de desafio para o tenista da Sérvia, com o culminar a acontecer num jogo de serviço a 4-5. A responder, Sinner teve duas oportunidades para fechar o set e entrar na discussão da meia-final, mas na primeira foi demasiado passivo e na segunda perdeu a paciência com a direita, demonstrando a mesma displicência que mais tarde, ao 3-1 no tie-break, o fez cometer uma dupla falta que não só resultou na perda do mini-break de vantagem, como mudou por completo o rumo do ‘tira-teimas’.

Feitas as contas, a vitória desta sexta-feira foi a 34.ª consecutiva de Novak Djokovic em Wimbledon e a 45.ª seguida no Centre Court, onde não perde desde que Andy Murray o travou na final de 2013, cujo 10.º aniversário se celebrou na semana passada.

A nona final no ‘Major’ britânico não será um recorde (Roger Federer disputou 12), mas em caso de vitória contra o vencedor do encontro entre Carlos Alcaraz e Daniil Medvedev igualará os oito títulos conquistados pelo suíço, mais do que qualquer outro na história do circuito masculino.

Certo é já que, com o apuramento desta sexta-feira, Novak Djokovic superou Chris Evert e se tornou no primeiro tenista da história, entre homens e mulheres, a assegurar a 35.ª participação em finais de singulares de torneios do Grand Slam.

Última atualização às 16h49.

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  1. Uma boa síntese, mas onde não é referida aquela que, na minha opinião, foi a mais lamentável atitude que vi Djokovic ter perante um adversário: o momento em que fez um drive volley, colocou Sinner em contrapé e ridicularizou-o como um “bebé chorâo”. O risinho parvo e trocista da mulher de Nole resumiu bem o sentimento reinante da box, perante aquele gesto vergonhoso. Não basta vencer os adversários, é preciso humilhar e calcar. É por isso que o Centre Court e a esmagadora maioria dos verdadeiros fâs de ténis não torcem por Djokovic e nunca lhe darão o crédito desportivo que merece. É um enorme tenista, porventura o mais completo e cerebral de sempre, mas deixa muito a desejar nas atitudes e no fair-play. Lamento, ainda que lhe dê todo o mérito pela passagem à final.

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