A bielorrussa Aryna Sabalenka juntou-se à norte-americana Coco Gauff numa final de sonho no US Open depois de recuperare de uma desvantagem que a deixou a três pontos da derrota.
A próxima número um mundial derrotou outra norte-americana, Madison Keys, por 0-6, 7-6(1) e 7-6 com 10-5 no match tie-break decisivo depois de estar a perder por 0-6 e 3-5.
Finalista “em casa” há seis anos (perdeu a final para a compatriota e amiga Sloane Stephens), Keys roçou a perfeição até ao 6-0 e 5-3, mas do outro lado da rede teve pela frente a melhor tenista da atualidade, que nunca deitou a toalha ao chão e demonstrou que até se ouvir “game, set and match” tudo é possível.
Arrasada pelo poder de fogo da norte-americana no primeiro set (12 winners para 5), Sabalenka não teve soluções durante grande parte do encontro, só que um break em branco quando a favorita do público serviu para a vitória mudou tudo.
Nessa altura, a bielorrussa venceu 12 pontos consecutivos e reentrou na discussão do encontro, que confirmou ao vencer o tie-break. Com tudo empatado, foi novamente Keys quem se adiantou e chegou a liderar por um break ao 4-2, mas a resposta de Sabalenka já foi imediata.
Essas foram as únicas quebras de serviço que se verificaram no parcial mais equilibrado do encontro e que só se concluiu num match tie-break… dramático. A tenista bielorrussa saltou rapidamente para a liderança, teve 4-0 e mais tarde 6-3, momento no qual se enganou e celebrou a vitória… esquecendo-se de que os tie-breaks dos sets decisivos nos torneios do Grand Slam são até aos 10 e não 7 pontos. Apesar do momento caricato (e divertido, mesmo com toda a tensão), a ainda número dois mundial não perdeu o foco e carimbou o apuramento para a final.
A recuperação assinada esta madrugada fez de Aryna Sabalenka apenas a terceira mulher desde o início da Open Era, em 1968, a vencer uma meia-final de um torneio do Grand Slam depois de perder o primeiro set por 6-0. A primeira foi Steffi Graf (contra Arantxa Sanchez-Vicario em Roland-Garros 1992) e a segunda Ana Ivanovic (frente a Daniela Hantuchova no Australian Open de 2008).
Campeã do Australian Open no início do ano, a bielorrussa de 25 anos tentará erguer um segundo título em “Majors” este ano e sobretudo colocar a cereja no topo do bolo numa quinzena que já será inesquecível, pois sabe há vários dias que aconteça o que acontecer passará a ser a nova número um mundial.
Nesse sentido, a final será de sonho: a nova número um mundial contra a maior esperança do ténis norte-americano feminino, Coco Gauff, que aos 19 anos está invencível nos Estados Unidos da América há três torneios e, depois de vencer o WTA 500 de Washington e o WTA 1000 de Cincinnati, tentará fazer ainda mais história em Flushing Meadows. A número seis mundial superou Karolina Muchova por 6-4 e 7-5.
