Coco Gauff não podia ter pedido melhor verão no regresso aos Estados Unidos da América: depois de uma desapontante derrota na primeira ronda de Wimbledon, a norte-americana regressou a casa e conquistou o maior título da carreira no WTA 500 de Washington, superou o feito ao vencer o WTA 1000 de Cincinnati duas semanas mais tarde e este sábado, passadas mais três semanas, foi ainda mais longe e sagrou-se campeã do US Open.
Aos 19 anos, a jovem que nasceu em Delray Beach, na Flórida, e que foi para França treinar aos 10 anos tornou-se na 10.ª adolescente a conquistar o título em Flushing Meadows — e apenas na terceira norte-americana, seguindo os passos de Tracy Austin e Serena Williams.
O feito foi assinado com uma vitória por 2-6, 6-3 e 6-2 contra a bielorrussa Aryna Sabalenka, a campeã em título do Australian Open e atual número dois mundial que independentemente do desfecho da final já tinha assegurada a subida ao primeiro lugar do ranking após o torneio.
Sensivelmente 16 meses depois de ter sido arrasada por Iga Swiatek na primeira final da carreira em torneios do Grand Slam, a joem norte-americana viveu uma experiência semelhante na primeira partida. Atribulado e nem sempre bem jogado, o parcial sorriu à jogadora que cometeu menos erros e tomou a iniciativa, mas Sabalenka nunca conseguiu afirmar-se e não tardou a receber uma retaliação.
Superado o nervosismo de lutar pelo maior título da carreira perante mais de 23.000 pessoas (e muitos milhões na televisão), Gauff aumentou o número de bolas devolvidas, começou a obrigar Sabalenka a esforços extra e numa questão de minutos viu a sua insistência recompensada com uma quebra de serviço que a colocou a liderar o segundo set por 3-1. A partir daí o marcador desenrolou-se sempre de forma favorável à adolescente, que se tornou muito mais consistente e contou com a ajuda de uma exibição demasiado errática de Sabalenka (46 erros não froçados) para escrever uma página de história no ténis mundial.
Com um verão dourado em casa, composto por 16 vitórias nos 16 encontros que disputou e que resultaram nos três títulos (durante este período só perdeu por uma vez, mas no Canadá), Coco Gauff conquistou por três vezes o maior título da carreira e somou pontos suficientes para subir ao terceiro lugar do ranking na segunda-feira.
À sua frente, a nova número um dos Estados Unidos da América — vai ultrapassar Jessica Pegula, com quem partilhará a liderança do ranking de pares — só terá Iga Swiatek e Aryna Sabalenka, que trocarão de posições pela primeira vez, o que resultará na ascensão inédita da bielorrussa ao topo da hierarquia.
