Gabriela Knutson brilha e conquista o maior título da carreira no The Campus Carby Volkswagen Ladies Open

QUINTA DO LAGOGabriela Knutson nunca mais vai esquecer a semana no The Campus: a checa de 26 anos chegou ao complexo multidesportivo que está situado no coração da Quinta do Lago fora da lista de cabeças de série, mas superiorizou-se a toda a concorrência e, este domingo, sagrou-se campeã do The Campus Carby Volkswagen Ladies Open. Por ser um ITF de 40.000 dólares, este tornou-se no título mais importante de uma carreira que esteve longe de imaginar.

A viver a primeira temporada completa como tenista profissional, a tenista natural de Oaks, na Califórnia (EUA), onde viveu até aos 12 anos, derrotou na final a britânica Harriet Dart (145.ª WTA e ex-top 100) por 6-4 e 6-1 ao cabo de apenas 81 minutos.

Knutson chegou ao The Campus na melhor classificação da carreira (201.ª) e com as vitórias anteriores já tinha assegurado um novo máximo na segunda-feira, mas a vitória na final permitiu-lhe ir mais além e na próxima semana estará na 177.ª posição.

A final deste domingo colocou frente a frente duas jogadoras que perseguiam o maior título das respetivas carreiras. E foi Knutson, a menos experiente de ambas, a acusar a pressão nos momentos iniciais. Mais nervosa do que nos encontros anteriores, a checa cometeu duas duplas faltas no jogo inaugural e seis erros nos primeiros seis pontos ganhos por Dart. Só que a britânica não soube capitalizar o evidente arranque nervoso da adversária e precipitou-se em várias decisões.

Muito apoiada pelo público que voltou a aderir em massa à ocasião, Dart ainda ameaçou um novo break ao quinto jogo (dispôs de três oportunidades), mas Knutson agarrou-se com unhas e dentes e a partir daí passou a ter o ascendente do seu lado. A checa adiantou-se pouco depois e ainda tremeu quando serviu para fechar o parcial, mas voltou ao ataque na resposta e, selada a primeira partida, a decisão passou a ter apenas um sentido.

Cada vez mais assertiva e confiante, a menos experiente das duas jogadoras tomou as rédeas da final e caminhou com tranquilidade para o quarto título do ano e da carreira. Os três anteriores tinham sido em torneios de 25.000 dólares e o mais recente já em Portugal, em Guimarães, pelo que o The Campus Carby Volkswagen Ladies Open, este ano elevado à categoria de 40.000 dólares, se tornou no troféu mais importante do currículo.

“Este é o meu maior título até agora e estou muito, muito feliz. Especialmente por ser aqui, neste local incrível onde passei uma semana excelente. Estou mesmo muito feliz”, começou por dizer Knutson pouco depois de receber o troféu de campeã.

Questionada sobre o nervosismo que revelou nos minutos iniciais, a checa explicou que “já tinha disputado finais antes, portanto não foi por causa disso, ou sequer por causa do público porque adoro jogar perante o público. Foi porque senti que tinha uma boa oportunidade e queria aproveitá-la. Era um nervosismo causado pelo entusiasmo e assim que consegui canalizar os nervos para começar a lutar isso resultou muito melhor.” 

Gabriela Knutson nasceu no estado norte-americano da Califórnia e por lá viveu até aos 12 anos. Depois mudou-se para Dvur Kralove nad Labem e Prostejov, já na República Checa, mas o regresso aos Estados Unidos da América aconteceu meia dúzia de anos depois para frequentar o prestigiado circuito universitário daquele país.

Com sucesso dentro e fora dos courts, formou-se em Jornalismo Televisivo pela Universidade de Syracuse, no estado de Nova Iorque, e completou um mestrado em Marketing na Universidade de Durham, já em Inglaterra.

A propósito do currículo académico, respondeu com prontidão ao desafio de elaborar a primeira pergunta da sua entrevista como campeã: “Perguntaria como é que me senti hoje no court e responderia que estava intimidade, porque a Harriet já esteve no top 100 e é uma jogadora muito sólida, aliás, a melhor que já defrontei até hoje. Estou orgulhosa por ter estado à altura da ocasião.” 

Sem pensar na carreira de tenista, Knutson começou a trabalhar na área da comunicação, mas uma “experiência puramente por diversão” num ITF de 25.000 dólares em Bath, Inglaterra, em janeiro de 2022 correu “demasiado bem” e mudou tudo: “Pensei que ia lá jogar no domingo e depois voltava ao trabalho, mas entretanto ganhei um encontro e precisei de tirar um dia de folga, depois outro e quando dei por mim estava a ligar ao meu chefe e a explicar-lhe que precisava da semana toda”, contou.

O sucesso foi imediato. E se começou 2022 fora do top 1000, no início de 2023 tinha acabado de entrar no top 500. A campanha no The Campus Carby Volkswagen Ladies Open garantiu que a subida em relação à primeira atualização da temporada já será de 300 lugares, com o novo melhor ranking a dar-lhe a certeza de que quer continuar.

Com estes resultados, a participação no qualifying do Australian Open ficou assegurada. E a estreia em torneios do Grand Slam até já podia ter acontecido no US Open, uma vez que a United States Tennis Association lhe ofereceu um wild card para o quadro principal. Mas o convite foi feito sob a condição de passar a representar o país (tem dupla nacionalidade) e o orgulho checo falou mais alto, preferindo rejeitá-lo e “lutar por entrar no torneio por mérito próprio.”

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