Rocha e Araújo: Rivais juvenis e parceiros de treino discutem lugar na final do Campeonato Nacional

Sara Falcão/FPT

OEIRAS – Não é novidade que a maioria dos protagonistas do Campeonato Nacional Absoluto se conhece de ginjeira. A nacionalidade é a mesma, pois claro, os Campeonatos Nacionais são anuais e em vários escalões etários. Muitos até treinam regularmente, a maior parte na zona de Lisboa. Henrique Rocha e Pedro Araújo enquadram-se em tudo o que foi dito: sensivelmente da mesma idade, são duas das mais promessas do ténis português e passam muito tempo dentro de court a treinar, também já com várias horas de rivalidade oficial.

O face a face sempre caiu para Pedro Araújo, dois anos mais velho (21 para 19), que nos chegou a contar que nos treinos costuma levar a melhor. Em 2023 tudo mudou. Henrique Rocha ascendeu meteoricamente na hierarquia profissional masculina – escalou cerca de 600 lugares ATP e na presente temporada, de 850.º ATP para 281.º atual, 273.º há uns dias, amealhou cinco troféus ITF em seis finais disputadas, tendo o Australian Open ao virar da esquina.

“Joguei contra ele este ano e foi a minha primeira vitória, em Setúbal. Já o tinha defrontado muitas vezes também nos circuitos juvenis e tinha perdido sempre”, lembrou Henrique Rocha, aludindo ao triunfo por 6-4 e 6-4 nos oitavos de final, sublinhando o nível exibido por ambos nesse compromisso no Sado.

Apesar de não pertencer à turma do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis, Pedro Araújo, sendo lisboeta, usa muitas vezes as mesmas instalações de treino de Rocha e companhia. Muitas dessas instalações passam, precisamente, pela nave dos campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor, local pelo terceiro ano consecutivo do Campeonato Nacional Absoluto.

“Temos estado juntos praticamente todos os dias nas últimas semanas, mesmo a treinar. Conhecemo-nos muito bem. O Henrique está a jogar muito bem, tem tido um ano excelente, provavelmente será o favorito, mas se conseguir jogar bem posso fazer-lhe frente e vou ter as minha chances”, realçou Araújo, confiante não só no seu nível de jogo, como também no que vê quando ambos partilham o mesmo recinto.

E parece ter razões para tal até mesmo de acordo com o favorito. “O nível dele não corresponde ao ranking, tem nível para bastante melhor e espero que suba. Nos treinos umas vezes ganho eu, outras ele. Os resultados de treino dão alguma esperança e, por isso, ele acredita bastante que pode ganhar. O nível dele não é assim tão diferente do meu”.

Espero que o encontro tenha a mesma qualidade [do de Setúbal] ou melhor, mas que o vencedor seja diferente”, concluiu o atual 938.º ATP (ex-534.º) a sorrir, mas sem brincadeiras.

O novo capítulo da rivalidade entre dois tenistas do presente e do futuro nacional vai decorrer nunca antes das 10h30 desta sexta-feira. Para Rocha pode valer um bilhete inédito para a final (nunca tinha somado triunfos individuais no Campeonato Nacional Absoluto até esta edição), para Araújo uma repetição do que atingiu em 2021.

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