Canadá concretiza sonho antigo com inédito apuramento para a final da Billie Jean King Cup

ITF

SEVILHA — Com o título conquistado ainda há menos de um ano na Taça Davis a servir de presságio para uma noite histórica, a seleção feminina do Canadá chegou a águas nunca antes navegadas e adicionou pela primeira vez nos 60 anos de Billie Jean King Cup o nome do país no derradeiro frente a frente. Ao som de uma orquestra harmoniosa e inspiradas pelos toques de ilusionismo que não iam passando despercebidos nas bancadas, as canadianas apresentaram as cartadas certeiras se juntarem à Itália na decisão agendada para as 15 horas locais deste domingo.

Foi a jogadora que mais deu que falar nos primeiros dias de competição no Estádio Olímpico da Cartuja, mas depois de duas vitórias sobre jogadoras do top 100 (as primeiras da carreira) não soube gerir a pressão: Marina Stakusic (258.ª), em semana de estreia na competição aos 18 anos, viveu uma exibição muito apagada frente à ex-campeã de Roland-Garros, Barbora Krejcikova (10.ª) e não teve utensílios suficientes para agitar as contas, que rapidamente se enviesaram para o lado da checa, que viria a vencer por 6-2 e 6-1.

A esperança ainda não estava extinta para o Canadá, mas a margem para errar já era mais reduzida: num duelo entre duas canhotas, Leylah Fernandez (35.ª) foi a que menos errou frente à número sete mundial Marketa Vondrousova e correspondeu à onda de incentivo sentida nas bancadas do improvisado court de um público desejoso de ver o espetáculo estender-se ao duelo de pares. A jovem prodígio de Montreal saiu por cima de uma partida de altos e baixos, com o resultado de 6-2, 2-6 e 6-3 que voltava a lançar os dados.

Favorita dos fãs, Fernandez pouco espaço teve para recuperar o fôlego e ao fim de pouco mais de meia-hora voltou a ser alvo dos holofotes para se unir a Gabriela Dabrowski num desafio que prometia dar espetáculo frente às especialistas da variante Krejcikova e Katerina Siniakova. As jogadoras da América do Norte penetraram nas estreitas lacunas que foram aparecendo em dois parciais disputados taco a taco e o clima foi de festa assim que uma bola fora ditou 7-5 e 7-6(3).

O Canadá, que se torna a mais recente nação a estrear-se em finais nos 60 anos de história da prova internacional feminina, quer fazer o pleno em Sevilha para replicar o feito dos congéneres masculinos numa Andaluzia que promete deixar lugar especial nos seus corações — foi precisamente em Málaga que a seleção masculina entrou para a história da Davis Cup, em novembro de 2022.

Mas existe ainda um último capítulo a travar na ilha da Cartuja e a derradeira batalha da semana confronta as canadianas com a Itália, seleção que viveu um período de ouro entre 2006 e 2013 — anos em que somou os seus quatro troféus de vencedora. A final da terceira edição das reformuladas Billie Jean King Cup Finals está agendada para as 15 horas locais deste domingo.

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