Henrique Rocha fecha época no Maia Open à procura do sonho: “Tem tudo para dar certo”

Beatriz Ruivo/FPT

VALE DO LOBO – Diz a gíria popular que tudo o que é bom acaba depressa e este sábado a maior série vitoriosa da carreira de Henrique Rocha teve um fim. A quinzena quase perfeita em Vale do Lobo acabou nas meias-finais nesta segunda semana e o objetivo do Australian Open ficou mais longe. Longe, mas não impossível de todo, até porque 2023 encerra numa casa que bem conhece e com muitos pontos em jogo.

O primeiro Grand Slam da carreira ficou à distância de “15 ou 20 pontos”, como o próprio frisou, mostrando que sabe perfeitamente o desafio que tem pela frente e o que precisa de fazer no que se segue. “Tenho de fazer quartos de final, o que nunca fiz num Challenger”.

A missão adensou-se muito devido a Khomoyun Sultanov. O número quatro nacional começou ao ritmo da quinzena, abriu a semifinal com uma vantagem de 4-0, só que a tempestade surgiu posteriormente e cedeu 10 jogos de empreitada. Quando recuperou o nível, a missão já era quase impossível e o melhor tenista do Uzbequistão vingou-se da derrota impingida pelo português há uma semana, na mesma fase.

“Não estava à espera de tão bom nível por parte dele. A semana passada tive um jogo duro contra ele, mas como disse não tinha sido dos meus melhores jogos da semana. Entrei bem no encontro, mas o 4-0 era enganador porque estava um jogo dividido e estava a cair tudo para o meu lado. Até ao 6-4 foi equilibrado, só que estava tudo a correr bem para ele. Ele serviu melhor do que eu e foi aí que fez a principal diferença, tal como a resposta”, resumiu.

Mais desafinado do que vem sido hábito – antes deste duelo, o portuense vinha de uma série de 12 vitórias consecutivas, iniciadas no Jamor a caminho do título nacional absoluto, e 21 nos últimos 22 encontros, desde o início de outubro -, Rocha mostrou algum incómodo no ombro. “No aquecimento senti um pouco, não foi nada de especial e mesmo no encontro também não senti nada de especial. Na direita estava a sentir um pouco, a bola dele é muita reta e quando jogava mais rápido às vezes sentia algo. Nada de especial nem preocupante”.

Por isso, não há desculpas nem mérito retirado ao opositor de 25 anos. “Ele falhou muito pouco. Tentei variar com uns slices, subir à rede para ver se ele perdia um pouco as referências na resposta, mas de facto ele jogou sempre bem. Tentei passar um pouco por tudo, mas ele manteve-se sempre muito sólido e mereceu ganhar”.

A campanha recente e as 12 vitórias em Vale do Lobo (dobradinha em singulares e pares na primeira semana e os oito triunfos individuais em duas semanas foram sempre em parciais diretos) não ficaram beliscadas com um dia menos bom. Pelo contrário, o tenista de 19 anos referiu ter-se sentido “muito bem” com o nível no sul do país e sabe onde pode progredir: “tenho de melhorar o serviço. Também a resposta, mas mais o serviço”.

Segue-se uma das provas mais importantes da carreira – este ano o Maia Open foi promovido à categoria 100 do ATP Challenger Tour – e a “jogar em casa”, no Complexo Municipal de Ténis da Maia, local onde passou a maior parte da vida tenística. “O quadro está bastante forte, mas sei que tenho andando a jogar a bom nível, portanto venha quem vier acho que consigo fazer um bom resultado e estou motivado para isso”.

Motivado e com mira nos antípodas, Henrique Rocha não foge do sonho, mesmo que tenha ficado um pouco mais longe por não sair novamente campeão na Vale do Lobo Tennis Academy. “Jogo em casa e conheço bem os campos. Tem tudo para dar certo”.

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