Depois de “ano de transição”, Rui Machado não escolhe desejo e aponta a “continuar a evolução” do ténis português

Sebastião Guimarães/FPT

A vitória de Nuno Borges no Maia Open fechou com chave de ouro um ano de transição de evolução para o ténis português, trajetória que o diretor técnico nacional, Rui Machado, deseja prolongar no 2024 que se aproxima a passos largos e que em Portugal começará ainda em 2023 — mais uma prova de que o ténis não pára.

Convidado para uma derradeira conferência de imprensa este ano, o ex-tenista refletiu sobre a importância das dezenas de provas internacionais (20 ITF femininos, 17 ITF masculinos, oito Challenger masculinos) que a Federação Portuguesa de Ténis apoiou: “Quando damos oportunidade aos nossos jogadores de competirem, damos-lhes a oportunidade de vencerem. E em casa temos tido sempre resultados. Uns melhores do que outros, mas temos tido sempre. E alguns deles superam-se. É muito importante que estas oportunidades sejam dadas para que pouco a pouco, e em vários momentos das carreiras, se transforem em superação, em momentos que fazem a diferença seja porque era contra um jogador cotado, seja porque são pontos importantes para entrar noutro tipo de torneios.”

Destacando “o esforço que tem sido feito pela Federação Portuguesa de Ténis para que isso seja feito e com a organização num patamar de excelência”, Rui Machado também enalteceu a mudança de hábitos que o investimento provoca: “As pessoas começaram a habituar-se a que há bom ténis, bom espetáculo, bons resultados e bons jogadores. Sentem isso e ganham a rotina porque começam a perceber que passam aqui boas horas. Ver este estádio que se dizia que era muito grande a ficar cheio é um grande sucesso. E não é só um sucesso do Nuno, é um sucesso do ténis nacional.”

Sobre o pupilo, o responsável pelo Centro de Alto Rendimento reiterou tratar-se de “o realizar de um sonho” por parte de “um rapaz que vive muito a família, os amigos e as suas raízes e que quando fala da Maia fala com muito orgulho.”

Considerando que 2023 foi um ano de transição, com a retirada de Pedro Sousa e a impossibilidade de duas outras referências — João Sousa e Gastão Elias — competirem ao melhor nível por causa de limitações físicas, Rui Machado destacou a evolução dos mais jovens, com natural destaque para o percurso feito por Henrique Rocha.

“Juntou algumas das peças que tem trabalhado nos últimos anos e isso fez a diferença no ranking, disse a propósito dos mais de 600 degraus subidos pelo portuense de 19 anos. “É uma surpresa, mas é para isso que trabalhamos. Sabíamos que podia acontecer, mas ficámos surpreendidos por ter conseguido juntar as peças todas este ano. Era difícil, tanto que não há assim tantos jogadores no mundo com a idade dele e o ranking como está”, acrescentou, vendo com bons olhos e naturalidade a entrada do jovem nas opções para a Taça Davis.

Por tudo isso, para 2024 o algarvio de 39 anos desejou, acima de tudo, “continuar a fazer a caminhada de evolução do ténis português e a dar a oportunidade aos jovens de competir e aos melhores de se superarem para que se veja esta evolução.”

Que venha 2024 — a partir de 31 de dezembro de 2023 no Complexo de Ténis do Jamor, que abre a nova temporada com dois ATP Challenger consecutivos na nave de campos cobertos.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share