Ex-número um de juniores sobre o mundo das apostas: “Só 10% a 20% dos jogadores são apanhados”

Filip Peliwo foi o melhor júnior da sua geração e apesar de não ter replicado o sucesso enquanto profissional fez o suficiente (foi número 161 mundial) para despertar o interesse de apostadores, assunto que expôs e aprofundou numa entrevista durante a pré-temporada.

Atualmente no 463.º lugar do ranking ATP, o polaco — que chegou à liderança do ranking mundial de sub 18 quando ainda representava o Canadá — contou ao TVP Sport que chegou a receber propostas de cinco mil euros para se envolver em esquemas de manipulação de resultados: “Nunca vieram ter comigo diretamente com uma oferta para ganhar ou perder um encontro, mas já aconteceu várias vezes ser convidado na internet. Aconteceu-me este ano, enquanto estava a disputar torneios ITF na Grã-Bretanha. No Instagram recebi uma oferta de patrocínio de uma empresa de material desportivo britânica que parecia bastante legítima, pois a conta tinha 25.000 seguidores e estavam muito bem preparados. Recebemos muitas mensagens destas e rapidamente percebemos que se trata de um bot ou de spam, mas desta vez foi diferente. Pensei que talvez pudesse conseguir descontos em sapatilhas ou cortas, portanto comecei por concordar. Mas depois pediram-me para continuar a conversa no WhatsApp e assim que o fiz começaram a enviar-me ofertas para manipular resultados. Ofereceram-me entre três e cinco mil euros e o valor aumentava consoante o número de encontros.”

“Estou convencido de que há jogadores a viver da manipulação de resultados e graças a isto ganham muito mais dinheiro do que conseguiriam nos torneios ITF. Se alguém desistir da sua ambição pode facilmente fazer muito dinheiro e faz parte da natureza humana optar por alguns atalhos. Eles tentaram encorajar-me pelo facto de outros jogadores do top 600 fazerem isso e acho que também há casos assim nos Challengers. É claro que não tenho 100% de certeza, mas ficaria muito surpreendido se não fosse assim”, acrescentou Peliwo.

O tenista de 29 anos foi mesmo mais longe e, apesar de ter salientado que “não é claro quantos jogadores são apanhados”, afirmou que “é mais difícil apanhar alguém do que fazê-lo [manipular resultados] e diria que só 10% a 20% é que são apanhados, mas é um palpite.”

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