Leandro Riedi despede-se do Jamor renovado e a pensar nos torneios do Grand Slam

OEIRASLeandro Riedi foi do céu ao inferno na reta final de 2023, mas abriu 2024 com um título no Indoor Oeiras Open II. Foi o golpe final na mudança de foco que tomou durante a pré-temporada com o objetivo de pensar menos nos pontos e retomar a luta pela sucessão aos históricos Roger Federer e Stan Wawrinka.

“É a melhor sensação possível”, admitiu logo no início da derradeira conferência de imprensa de uma semana em que não perdeu qualquer set a caminho do título, carimbado com uma vitória por 7-6(6) e 6-2 contra o norte-americano Martin Damm na final deste sábado.

“Fiquei muito desiludido por não estar no Australian Open, mas por outro lado vi que teria uns Challengers para jogar na Europa, perfeito para mim estando a duas horas de distância em vez de 32, e agora estou muito feliz por começar o ano assim”, continuou.

De facto, 2024 não podia estar a começar de melhor forma para Riedi, que terminou a época anterior com nove derrotas nos últimos 10 encontros realizados e a confiança a descer.

O suíço já tinha admitido durante uma das conversas anteriores que sentiu a pressão de defender os pontos (fechou 2022 com dois títulos Challenger), mas o foco que recuperou durante a pré-temporada permitiu-lhe chegar e vencer na estreia em Portugal.

Depois de negar a Gastão Elias uma segunda final consecutiva em casa, Leandro Riedi negou a Martin Damm o primeiro título da carreira a este nível. E para isso foi essencial a pancada com que já tinha impressionado nos dias anteriores, a resposta. “Tento sempre avançar para responder, mas hoje ainda mais. Não queria recuar e dar-lhe ainda mais espaço para usar os ângulos. É claro que ele conseguiu fazer alguns ases e houve vezes em que serviu a 250km/h à figura [risos] e deixou-me em dificuldades, mas também consegui responder bem muitas vezes e era esse o meu grande objetivo.”

winner de resposta fulminante com que fechou o (decisivo) primeiro set reforça-o, os números comprovam-no: Damm chegou à final com 73 ases nos quatro encontros realizados, mas este sábado ficou-se pelos 10 e, pressionado pelo adversário, baixou a percentagem de primeiros serviços (56%) ao ver-se obrigado a aumentar a agressividade.

“O primeiro set foi muito, muito equilibrado. Fui o único a salvar pontos de break, mas também tive algumas oportunidades na resposta. Estive a liderar por 6-5 com 15-30 no serviço dele e jogou três pontos inacreditáveis e depois no tie-break tudo se decide num ou dois pontos. Fui capaz de fazer aquele winner na resposta no set point, mas se ele tivesse feito um ás ficava 7-7″, acrescentou sobre o encontro, não hesitando em apontar o break precoce do segundo parcial como o momento em que sentenciou a decisão.

A semana perfeita no Jamor deu a Leandro Riedi o terceiro título Challenger da carreira e primeiro desde a quinzena dourada com que fechou 2022, que significará uma importante subida de 70 lugares no ranking (para 250.º) que o deixará de novo à porta dos torneios do Grand Slam.

Com os pés na terra, o jovem de 21 anos reconhece que era impossível pedir melhor para a primeira semana de competição, mas não quer precipitar-se. Agora, o primeiro objetivo passa por “continuar saudável, sem lesões” e depois sim, apontar a “ser top 100 no final do ano para começar 2025 a jogar o quadro principal do Australian Open”, apesar de reconhecer que o caminho é longo e sinuoso. “Os torneios do Grand Slam são aquilo para que trabalhamos, mas o qualifying de Roland-Garros e de Wimbledon ainda está longe, faltam-me muitos torneios e muitos pontos.”

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