Com “precipitações nos momentos decisivos”, Matilde Jorge despede-se dos singulares em Oeiras de cabeça erguida

Beatriz Ruivo/Federação Portuguesa de Ténis

OEIRAS — Matilde Jorge (499.ª) foi a primeira das portuguesas a passar para plano central na tarde desta quarta-feira, mas não foi da forma mais saborosa que ouviu o ‘game, set and match’ ao fim de hora e meia de disputa. A número dois nacional desperdiçou uma série de oportunidades no segundo parcial com a mais cotada Simona Waltert (156.ª) e a ineficácia traduziu-se na despedida por 6-3 e 6-3 — deixando a irmã Francisca Jorge como última resistente da casa no quadro de singulares.

Numa primeira abordagem ao encontro, a vimaranense de 20 anos lamentou que não tivesse agarrado a maioria das chances que teve para levar a helvética a trabalhos extra, com um saldo de um break convertido em dez que teve ao seu dispor no segundo capítulo: “Senti que tive muitas oportunidades, tive vários jogos com 40 a nada e 40-15 e não os consegui converter para mim, estava a falhar. Houve momentos em que estava a falhar bolas muito simples e muito cedo no rally. Perdi muitas oportunidades por erros estúpidos e isso converteu-se no resultado. Foi um bocado de precipitação nos momentos decisivos, não tomei as melhores decisões.”

Matilde Jorge ainda transporta na alma resquícios de uma campanha histórica para o ténis português, depois de ter celebrado a par de Francisca Jorge a conquista do primeiro título do país em torneios do circuito máximo, no Jamor, numa semana onde também se estreou a vencer nessa magnitude a título individual (não com uma, mas com duas vitórias nesse WTA 125). Apesar da diferença de nível da competição, confessou que encarou o Oeiras CETO Open da mesma forma que o evento anterior.

“Estou a jogar um W100, não é muito diferente do WTA 125. Tentei trazer coisas positivas dessa semana anterior para esta semana, mas foram adversárias completamente diferentes e a de hoje era bastante explosiva, com ritmo desde o início do rally e não consegui aguentar as primeiras pancadas”, expressou a jogadora lusitana do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis.

A saborear a página cintilante que escreveu com a irmã no sábado passado, Matilde Jorge relatou os momentos que se seguiram ao triunfo no quadro de pares do Oeiras Ladies Open. E não tem dúvidas em como esse momento especial se espelhou numa entrada letal no Clube Escola de Ténis de Oeiras, onde esta terça-feira derrubou as primeiras favoritas ao lado de Francisca Jorge, com uma exibição de sentido único.

“Acabámos o jogo tarde e depois fomos jantar fora, e só às 23h fui ao telemóvel e sabia que tínhamos ganho o torneio, mas não sentia que tínhamos feito história, com o peso que teve. Por um lado até foi bom, para não nos subir à cabeça, mas só no dia seguinte sentimos que fizemos um bom torneio, a jogar com muito bom nível. Estávamos muito conectadas as duas, durante todos os jogos, e isso também se notou ontem”, narrou em conferência de imprensa.

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