Obstinada em “treinar ao máximo”, Monnet sente-se como um peixe na água em Portugal

Beatriz Ruivo/Federação Portuguesa de Ténis

OEIRAS — Ainda a recuperar o fôlego depois das duas horas que despendeu no palco central do CETO para bater a segunda cabeça de série do Oeiras CETO Open, Carole Monnet (200.ª) apresentou-se na sala de conferências de imprensa com um único foco: o de voltar mais tarde a court para treinar o máximo, sempre que a ocasião o permitir. A francesa, nascida na Ucrânia, foi uma das primeiras a seguir para os quartos de final e esta não é a primeira vez que se está a dar bem em território português.

Com os parciais de 7-5 e 6-3 a indicarem a porta de saída à italiana Lucrezia Stefanini (159.ª), a gaulesa começou por reconhecer que, mesmo sem ter perdido nenhum set, nunca chegou a dar a vitória como garantida: “Foi um encontro muito difícil frente a uma adversária muito boa. Jogámos muito bem, o resultado esteve próximo de ir para qualquer um dos lados. Joguei bem nos momentos importantes e foi aí que fez a diferença para ganhar o encontro.”

E complementou ainda ao admitir que teve tarefa acrescida para tentar anular um estilo de jogo singular de Stefanini, que bate tanto a esquerda, como a direitas com recurso a duas mãos: “Torna-se muito difícil porque apanham a bola muito cedo, fica difícil aplicar o meu jogo se não tiver tempo. Mas aqui em terra batida tento jogar mais para trás.”

Campeã do Lisboa Belém Open, em 2022, e finalista vencida no W100 da Figueira da Foz, há um ano, Carole Monnet explicou que uma série de fatores lhe tem permitido destacar-se em provas que acontecem em solo nacional, sobrelevando o clima como elemento principal, mas também a disponibilidade para poder fazer o que mais gosta — treinar, sempre que puder: “Tive grandes resultados aqui em Portugal. Uma das razões é que existem muito boas condições aqui, sempre com sol. Na semana passada havia uns 30 courts, é incrível poder treinar a toda a hora, não é necessário marcar court. Isso é muito bom, porque se não houver campos livres torna-se mais difícil.”

Relembrando a semana transata que passou no Complexo de Ténis do Jamor, a francesa de 22 anos louvou que a flexibilidade de poder marcar sessões de treino para vários momentos do dia lhe permitem dedicar à labuta sem o cronómetro ativado: “Às vezes vou treinar logo de manhã, talvez duas ou três horas. Não as conto. É por isto que adoro Portugal, existem sempre courts disponíveis para treinar, e também temos sempre parceiros de treino. Às vezes treino com uma bola de basquetebol.”

E aproveitou para elogiar, em especial, os recursos que tem agora ao seu dispor no Clube Escola de Ténis de Oeiras, numa rotina repartida entre os courts de terra batida e os de relva artificial: “São ótimas condições, temos também outros courts de carpete onde podemos deslizar. Já lá estive a treinar, depois também na sala de fitness. A praia fica perto. Em França, chove muito e está sempre frio, às vezes preciso de duas horas para aquecer para um encontro. Aqui, bastam uns 15 minutos.”

No horizonte segue-se a vencedora do embate entre Kristina Mladenovic (228.ª) e Polina Kudermetova (178.ª), mas para Monnet assistir a segmentos do encontro não é uma prioridade: “Não trabalho dessa maneira, só quero melhorar o meu jogo. Vou treinar novamente, todos os dias, também para treinar ao máximo para Roland-Garros. Vou tentar treinar quatro horas por dia, isso vai fazer diferença no futuro.”

E concluiu ainda ao voltar a salientar que procura ganhar o máximo de experiência no patamar inferior para poder fazer boa figura nos maiores palcos do ténis mundial: “Falta um mês para Roland-Garros, onde quero estar ao meu melhor nível. Pretendo ganhar jogos nos Grand Slams, é isso que quero. São os maiores torneios no ténis e quero dar-me bem e ter bons resultados lá.”

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