Francisco Rocha (709.º) foi um dos heróis portugueses de um atípico primeiro dia da décima edição do Millennium Estoril Open e ficou mais próximo do quadro principal depois de sair como protagonista de um duelo que dificilmente vai abandonar a sua memória.
O maiato não se deixou afetar pela ausência total de público — que ainda antes do arranque do encontro fora obrigado a evacuar o complexo devido às recomendações da Proteção Civil, motivadas pelo apagão nacional — e iluminou o dia ao bater Beibit Zhukayev (208.º) por 6-4, 1-6 e 7-6(6), depois de ter defendido dois match points.
Rocha, um dos convidados para o qualifying, estudou bem a lição para entrar a ganhar e um break convertido logo a abrir posicionou-o no leme da partida, de onde já não saiu para celebrar a tomada do primeiro set à terceira oportunidade.
O adversário cazaque ripostou de forma bem eficaz e não deixou esticar mais a corda, para restabelecer a igualdade não com um, mas dois breaks sem resposta que anularam os esforços iniciais do português, desta feita incapaz de converter qualquer uma de cinco chances de quebra de serviço.
Com tudo igualado para um terceiro parcial já quase marcado pelo lusco-fusco, Rocha criou as primeiras oportunidades de break, só que a eficiência voltou a apresentar debilidades. Na inevitável ida a tie-break, Zhukayev adiantou-se e por duas vezes teve a vitória quase nas mãos, antes de ser o português a roubar o trunfo após dois match points salvos.
A primeira vitória da carreira de Francisco Rocha no Clube de Ténis do Estoril coincide com o segundo maior triunfo no circuito profissional — e terceiro de singulares a nível Challenger.
O caminho para se poder juntar ao irmão Henrique Rocha — e a pelo menos outros três compatriotas — no quadro principal do Millennium Estoril Open continua bem aberto e o nortenho vai esta terça-feira discutir o passaporte com o russo Alexey Vatutin (333.º), responsável pelo afastamento do ex-semifinalista de Roland-Garros, Marco Cecchinato (358.º).