OEIRAS — É daqueles segredos mal guardados: raramente compatriotas gostam de medir forças, um sentimento oposto à expetativa que cresce junto do público, por norma entusiasmado com a perspetiva de ver duelar dois dos melhores representantes do país. Henrique Rocha e Gastão Elias não fogem à regra e preferiam não estar frente a frente, mas o Oeiras Open 5 cruzou-lhes caminhos numa semana determinante para ambos.
“É mais um encontro como algumas centenas dos que já fiz”, respondeu Elias, com a ironia que lhe é conhecida, ao ser questionado sobre o segundo capítulo da rivalidade com o compatriota, 13 anos mais novo. “Contra portugueses é sempre diferente, é sempre chato. Ainda por cima o Henrique é um dos jogadores com quem eu mais treino em Portugal e da última vez correu demasiado bem para o lado dele, não tive grandes hipóteses. Apesar de ele não ter ganho muitos encontros ultimamente, é uma situação perigosa porque é um jogador novo, que tem potencial e está a trabalhar bem, portanto a qualquer momento pode ganhar confiança e mudar completamente a maré.”
Pouco depois, Rocha reforçou o raciocínio: “A maior parte dos meus últimos treinos tem sido com ele, temos passado bastantes horas juntos no campo. Isso tem-me ajudado e espero que também o tenha ajudado a ele. É um jogador com muita experiência, por isso querendo ou não vai sempre dando uma dica ou outra.”
Elias, de 34 anos, já venceu um título ITF este ano, mas continua à procura da primeira campanha disruptiva no ATP Challenger Tour e mesmo neste Jamor, onde outrora somou 16 vitórias e três títulos seguidos, tem sido parco em celebrações. Rocha, de 21 anos, estancou uma série de oito derrotas consecutivas que o fez perder cerca de 50 posições no ranking desde o início da época.
À procura de melhores rumos, garantiram, quase em uníssono, estarem “cada vez melhor” e a caminhar na direção certa, Elias ainda à procura de um lugar no qualifying de Wimbledon, Rocha determinado em retomar a senda positiva que culminou no 155.º lugar alcançado em fevereiro.
