Coco Gauff tinha um sonho e cumpriu-o este domingo: aos 21 anos, a norte-americana que cresceu a pensar numa festa em Paris celebrou em Roland-Garros, juntando este título do Grand Slam ao que já tinha conquistado no US Open.
Numa final entre a número um e a número dois mundial, a segunda classificada levou a melhor sobre Aryna Sabalenka por 6-7(5), 6-2 e 6-4 ao capitalizar uma avalanche de erros não forçados da bielorrussa para cumprir o que não tivera hipóteses de concretizar na final de 2022, perdida para Iga Swiatek.
Esta foi a segunda final do Grand Slam ganha por Gauff a Sabalenka, que apesar de ter levado a melhor na recente final de Madrid esteve longe do nível exibido ao longo das últimas semanas — inclusive nas meias-finais frente à campeã em título — e entrou numa espiral de faltas não provocadas que comprometeram a missão com que viajou para Paris.
Sabalenka entrou prego a fundo na primeira final da carreira em Roland-Garros e depressa agarrou uma vantagem de 4-1 com duplo break. Mas o estado de graça da líder do ranking acabou rápido e, apesar de ainda ter sido capaz de arrecadar o primeiro set no tie-break depois de desperdiçar set points quando serviu a 6-5, viu Gauff começar a desenhar a recuperação logo no arranque da segunda partida.
Com erros em catadupa, a tenista de Minsk perdeu o controlo do duelo e viu Gauff descolar no sentido oposto, cada vez mais firme e a lidar melhor com o vento que dificultou o desenrolar de uma final que se prolongou por quase três horas. Gauff liderou por 3-1 e esteve perto do duplo break, mas ainda perdeu o serviço. Só que Sabalenka não soube agarrar a oportunidade e perdeu a concentração, receita para o desastre num dia em que não soube aceitar as condições difíceis e procurar um Plano B.
Finalista em Madrid e em Roma nas semanas anteriores, Coco Gauff conseguiu o que mais queria e despediu-se de Paris com o troféu que tantas vezes se imaginou a erguer: o de campeã de Roland-Garros, palco do segundo título do Grand Slam.
Para Aryna Sabalenka, que tem sido sinónima de consistêcia nos maiores torneios (atingiu pelo menos as meias-finais em 10 dos últimos 11 que disputou), esta foi a segunda final Major perdida consecutivamente. Depois de Melbourne, perante Madison Keys, a bielorrussa viu escapar um título que a deixaria encaminhada para o Grand Slam de carreira no regresso a Wimbledon depois de um ano sem poder competir.