BOLONHA — A Itália fez história como nunca antes vista na Taça Davis ao tornar-se no primeiro país a conquistar três títulos consecutivos desde que a competição aboliu a Challenge Round — o campeão apurava-se automaticamente para a final seguinte — em 1971.
Depois de Matteo Berrettini abrir a final com um triunfo em dois sets sobre Pablo Carreño Busta, a tarefa de Flavio Cobolli foi mais árdua e o número um da equipa teve de dar a volta a Jaume Munar antes de celebrar, com os parciais de 1-6, 7-6(5) e 7-5, a vitória mais importante da carreira.
Quer a Itália, quer a Espanha disputaram a fase final em Bolonha (quartos de final, meias-finais e final) desfalcadas dos dois melhores jogadores da atualidade. Sem Jannik Sinner, Lorenzo Musetti, Carlos Alcaraz e Alejandro Davidovich Fokina entre os protagonistas, a decisão deste domingo ficou a cargo das segundas linhas, mas nem por isso perdeu emoção.
Cobolli já tinha protagonizado o momento alto da semana ao vencer um tie-break heróico — e histórico — nas meias-finais e este domingo renasceu das cinzenas após passar ao lado do primeiro set. Com a “saladeira” à vista, o italiano acusou (e muito) a pressão, precisando de largos minutos para duelar de igual para igual com a nova versão de Munar, um dos jogadores que mais evoluiu durante a temporada.
Amigos de infância, Cobolli e Berrettini (atualmente apenas o sexto melhor italiano no ranking) lideraram a equipa capitaneada por Filippo Volandri a um feito histórico: nunca, desde que o campeão em título passou a jogar todas as rondas e não apenas a final, tinha havido um país a conquistar três títulos consecutivos na Taça Davis.
A última nação a fazê-lo tinham sido os Estados Unidos da América, com cinco títulos entre 1968 e 1972, mas apenas o último aconteceu já na era recente da competição, sem a Challenge Round que transportava os campeões do ano anterior diretamente para a final.
