O poder das palavras torna-se irrelevante na hora de descrever o percurso e os feitos de Roger Federer. Ano após ano o suiço cimenta a sua posição como um dos melhores desportistas de sempre. Entre masterclasses e performances dignas de case studies, Federer é acima de tudo uma inspiração, um atleta dotado da extraordinária e invulgar capacidade de gerar no público o consenso que faz dele uma indiscutível lenda.
Mas afinal, qual é o segredo do jovem de 36 anos? Quem decidiu tomar a iniciativa de refletir sobre a million dollar question foi nada mais nada menos que o seu ex-treinador, Paul Annacone. O ex-tenista americano acompanhou o campeoníssimo durante quatro anos, e segundo o próprio, o segredo passa pelo comportamento dentro do court, equiparando Federer aos ex-pupilos e estrelas de outrora, Pete Sampras e Tim Henman.
“Obviamente que o talento é fora do normal, isso é a primeira coisa. Mas depois eles também têm uma percepção do poderio que conseguem incutir dentro do court, daquilo que são os seus pontos fortes. Sabem onde são melhores e proporcionam a si mesmos várias oportunidades para colocarem em prática esses aspectos nos momentos de maior pressão”, afirmou o ex-treinador, de 54 anos, ao Express.
Mas e nas raras ocasiões em que perdem? Como se processa a derrota? Paul Annacone explica. “São muito pragmáticos quanto a isso e não se afogam nas emoções. Porque eles tentaram usar os seus pontos fortes nos momentos decisivos. Por isso ou eles não se superaram ou o adversário foi demasiado bom. Conseguem absorver a dor da derrota, analisar o sucedido e pensar ‘ok, foi isto que aconteceu’. É um processo muito estratégico e meticuloso”, observou.
Recentemente, em declarações ao website italiano Ubitennis, Annacone considerou que Djokovic e Murray vão alcançar em 2018 o nível exibido por Federer e Nadal nesta temporada de 2017.