Atraiçoado pelo parceiro, Francisco Cabral falha Roland-Garros: “Sinto uma tristeza enorme porque jogar um Grand Slam é um sonho”

Francisco Cabral chegou a Paris no sábado e esperou até esta quinta-feira para cumprir o sonho de jogar pela primeira vez um torneio do Grand Slam, mas a poucos minutos de o realizar foi atraiçoado pelo parceiro, Holger Rune, que desistiu depois de vencer em singulares. A enorme tristeza era visível no rosto do portuense quando este falou com o Raquetc, mas no horizonte está Wimbledon, que tem tudo para ser ainda mais especial.

“Neste momento sinto uma tristeza enorme porque é um sonho jogar um torneio do Grand Slam. Estive aqui desde sábado a treinar, à espera, a ver jogos, a viver um mundo novo porque era o meu primeiro Grand Slam e é outra dimensão e estava mesmo muito, muito ansioso por poder jogar. E ter esperado até 15 minutos antes da hora do jogo para saber que afinal não ia jogar custou-me muito, mas fiz tudo o que podia”, lamentou o número 72 do ranking mundial de pares em declarações exclusivas ainda no Stade Roland-Garros.

Rune, que há dois dias venceu pela primeira vez no quadro principal de um torneio do Grand Slam e esta quinta-feira duplicou a proeza, tinha-lhe prometido que ia jogar e isso impediu Francisco Cabral de ativar o Plano B: “A queda de hoje não foi o problema. Ele é uma promessa do ténis mundial e a prioridade dele são os singulares. Mas logo na semana do torneio de Lyon, em que teve cãibras, perguntei-lhe se ia estar a 100% para os pares acontecesse o que acontecesse, porque eu não queria falhar o meu primeiro torneio do Grand Slam e até podia ter feito repair [formar outro par] com o Nuno que teríamos entrado. Mas ele respondeu-me que estava a full, o que me impediu de fazer repair, e por isso ainda me custa mais.”

Desapontado com a desistência do parceiro, que se tivesse abdicado antes da realização do sorteio teria permitido a Francisco Cabral inscrever-se com outro jogador (no momento das inscrições não havia garantias, mas depois de sair o cut-off final ficou a saber-se que teria entrado quer com Borges, quer com João Sousa), o português também ficou desiludido com a forma como foi informado: “Foi um bocadinho seco, disse-me apenas que tinha torcido o pé, que estava no médico e que ele lhe tinha dito para não jogar os pares. Estou triste com a atitude dele porque nem me disse isto na cara, só me enviou uma mensagem no Instagram. Acho que não esteve bem, mas, como disse, eu não podia ter feito nada diferente, por isso é esperar pela próxima oportunidade.”

Apesar do episódio, o número um nacional da variante não terá de esperar muito mais para cumprir a tão desejada estreia em torneios do Grand Slam, dado que Wimbledon arranca dentro de um mês. E aí até cumprirá o sonho ao lado do seu amigo de infância, Nuno Borges: “Já combinámos que vamos tentar entrar os dois. O cut é mais baixo porque se joga à melhor de cinco sets e isso faz com que os jogadores de singulares se inscrevam menos. Com os nossos rankings atuais já cumpríamos o cut do ano passado e eu ainda vou jogar mais três semanas, portanto…”

Já só faltam 33 dias.

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