João Sousa eliminado por cabeça de série na segunda ronda de Roland-Garros

Terminou a participação portuguesa nos quadros principais de Roland-Garros: poucos minutos depois de Francisco Cabral ter sido impedido de cumprir a estreia em torneios do Grand Slam por causa da desistência do parceiro, João Sousa perdeu por 7-6(5), 6-3 e 6-4 com o italiano Lorenzo Sonego, 32.º cabeça de série, e despediu-se na segunda ronda de singulares.

Por Gaspar Ribeiro Lança, em Paris

Com muito desgaste acumulado devido à semana quase perfeita que cumpriu em Genebra, onde ficou a apenas três pontos de derrotar o número oito mundial Casper Ruud numa final que se estendeu por 3h02, mas também ao longo encontro da ronda inaugural, o melhor tenista português da atualidade precisava de vencer a primeira partida.

E essa conquista não andou longe: depois de duas trocas de break, Sousa subiu muito o nível na reta final do parcial (chegou a ganhar 10 pontos consecutivos) e ameaçou uma terceira quebra de serviço ao 6-5, mas Sonego conseguiu anular quatro set points e acabou por levar a melhor no tie-break — um desfecho semelhante ao de terça-feira, quando Chun-hsin Tseng também conquistou a primeira partida e acabou por forçar o vimaranense a uma batalha de 4h23.

A decisão do primeiro parcial acabou por ser fundamental para o desenrolar do resto do encontro: mais desgastado, Sousa chegou a pedir assitência médica (um acontecimento raro na carreira) para a zona da anca direita e só na terceira partida é que voltou a causar dificuldades no serviço do adversário italiano, mas já era tarde — Sonego, cada vez mais confiante e próximo da vitória, anulou dois break points a caminho do 4-2, voltou a quebrar no jogo seguinte e apesar de ter sofrido o contra-break foi rápido a recompôr-se para carimbar uma vitória que com o prolongar do duelo pareceu cada vez mais segura.

Apesar desta derrota, João Sousa só tem razões para sair de Roland-Garros e despedir-se da terra batida satisfeito: aos 33 anos, jogou a segunda final da temporada e 12.ª da carreira em torneios ATP, ficou a um jogo de registar a sexta vitória frente a um top 10 e primeira no pó de tijolo (logo a superfície preferida de Ruud) e chegou a Paris em condições físicas que não só o surpreenderam, como lhe permitiram voltar a vencer no torneio do Grand Slam francês pela primeira vez desde 2017 — e em quadros principais deste nível pela primeira vez desde a história campanha (quarta ronda) em Wimbledon 2019.

Última atualização às 17h09.

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