Leolia Jeanjean é um nome desconhecido mesmo para a maior parte dos adeptos franceses, mas a partir desta quinta-feira estará em toda a imprensa: é que a francesa, outrora considerada uma das grandes promessas do país, eliminou a ex-número um mundial Karolina Pliskova para chegar à terceira ronda de Roland-Garros, que assinala a sua estreia em torneios do Grand Slam.
Por Gaspar Ribeiro Lança, em Paris
Aos 26 anos, já com um mestrado em finanças depois de uma passagem de sucesso pelo circuito universitário dos Estados Unidos da América (competiu na Lynn University, na Flórida, e na University of Arkansas, no estado com o mesmo nome), a jovem de Montpellier demonstrou ter nervos de aço a caminho de uma vitória autoritária por 6-2 e 6-2 em 1h15.
Pliskova, ex-número um mundial que está longe de ter a terra batida como superfície preferida mas já jogou umas meias-finais em Roland-Garros (em 2017), ajudou: a checa cometeu 28 erros não forçados, demasiados para a curta duração de um encontro em que não conseguiu fazer nada para contrariar a tenista da casa.
Mas a forma como Jeanjean se manteve composta ao longo de todo o encontro, num Court Simonne-Mathieu que à medida que a surpresa ganhou forma se foi preenchendo de adeptos determinados em fazerem-se ouvir no apoio à compatriota, foi o que mais impressionou. Em ação num dos quatro maiores torneios do mundo pela primeira vez — nem o qualifying tinha jogado —, a jovem gaulesa que no início da época perdeu uma final num ITF de 25.000 dólares no Porto aproveitou atuou como se nada fosse para carimbar a maior vitória da carreira, que fez dela a tenista com ranking mais baixo a derrotar uma jogadora do top 10 em Roland-Garros desde que Conchita Martinez superou Lori Mcneil em 1988.
Com esta vitória, Leolia Jeanjean juntou-se à compatriota Diane Parry na terceira eliminatória, fase em que terá a vencedora do encontro entre a 30.ª cabeça de série, Ekaterina Alexandrova, e Irina-Camelia Begu.
