Fábio Coelho, o novo campeão nacional absoluto: “É algo com que sonhava desde que comecei a jogar ténis”

OEIRASFábio Coelho nunca vai esquecer o dia 12 de novembro de 2022: este sábado, o tenista natural de Oliveira de Azeméis, que tem a Escola de Ténis da Maia como base de treinos, cumpriu um sonho de criança ao sagrar-se campeão nacional absoluto de singulares, conquista que tornou possível com uma campanha irrepreensível — foram quatro vitórias em dois sets.

“Ainda soa um pouco estranho, não caí em mim”, reconheceu, entre sorrisos, ao ser apresentado como campeão nacional absoluto na entrevista final ao Raquetc. “Vou demorar algumas horas, ou até o dia todo, até conseguir assimilar tudo. Sinto-me sem palavras, mas mesmo muito contente, radiante e até emocionado. Este título é algo com que sonhava desde que comecei a jogar ténis, é o título máximo do ténis nacional e estou mesmo muito contente.”

Fábio Coelho ergueu a Taça Guilherme Pinto Basto após derrotar Francisco Rocha por 6-4 e 6-1, um triunfo que lhe permitiu dar um sabor especial “ao sacrifício que tenho vindo a fazer não só esta semana, mas durante toda a minha carreira.”

Visivelmente emocionado, o jovem de 22 anos explicou que “o fator principal para esta semana foi conseguir manter-me muito focado no meu jogo e acreditar sempre em mim.”

“Isto é algo que podemos sempre dizer, mas que muitas vezes quando entramos em campo e temos de aplicar a estratégia para derrotar o nosso adversário não acontece, ou encolhemo-nos e duvidamos. E acho que durante esta semana eu nunca duvidei. Só houve um set em que estive por baixo, que foi frente ao Fred [Gil] no meu primeiro encontro, a perder por 5-2, mas desde aí controlei bem todos os jogos e segui rigorosamente o meu plano de jogo. Estou muito contente por ter conseguido manter-me concentrado do início ao fim, porque era algo em que eu sentia que vacilava: muitas vezes elevava o meu nível durante determinados períodos, mas depois deixava que os meus adversários entrassem em jogo. Desta vez senti que sempre que tive o ascendente consegui manter-me estável e a um muito bom nível e isso fez toda a diferença”, acrescentou.

Sobre o encontro de atribuição do título, Fábio Coelho falou sobre os aspetos que lhe permitiram carimbar a vitória: “Sabia que hoje não podia optar pela mesma estratégia de ontem, frente ao Jaime Faria, porque são jogadores estilos de jogos diferentes. Conheço muito bem o Francisco, os seus pontos fortes e os fracos, e acho que com a ida para os Estados Unidos da América se tornou num jogador diferente para melhor, com muito boa atitude e sobretudo um ténis mais agressivo. Sabia que não podia deixá-lo assumir o comando dos pontos e ir para a rede, porque isso é o que ele gosta mais de fazer e ia deixar-me desconfortável, então tentei comandar eu. Aqui ou ali usei algumas variações, que é um dos meus pontos fortes, e acho que o momento crucial aconteceu ao 4-3, quando ele ficou com um break de vantagem. Tive a coragem de me atirar para o jogo, de procurar a sorte, fiz boas jogadas, fiz o conta-break e a partir daí mantive um grande nível. Ele foi quebrando, sobretudo psicologicamente, e comecei a sentir-me claramente por cima, por isso foi uma questão de aproveitar a confiança e o momento para continuar a ganhar jogos e construir a vitória.”

De sorriso no rosto, Fábio Coelho concluiu o balanço do Campeonato Nacional Absoluto de 2022 com uma certeza: “Este troféu vai ficar em casa e será recordado como um dos mais especiais da minha vida.”

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