Joris De Loore viveu o inferno: “Ganhar um Challenger depois de tudo é uma sensação muito boa”

OEIRASJoris De Loore já perdeu a conta às vezes em que foi à mesa de operações, mas este domingo fez as pazes com os azares que o ténis lhe trouxe ao celebrar a conquista do título mais importante da carreira no primeiro Indoor Oeiras Open. Tal como a carreira, também a semana lhe colocou um grande obstáculo pela frente, já que precisou de salvar um match point, ainda nas meias-finais, antes de colocar as mãos no tão desejado troféu de campeão.

“É uma sensação muito boa e especial. Passei muito tempo sem ser capaz de jogar por causa de muitos anos com lesões, por isso conseguir ganhar um Challenger depois de trabalhar tanto é uma sensação muito boa”, explicou o belga de 29 anos na conferência de imprensa após registar a sétima e última vitória da semana, graças aos parcias de 6-3 e 6-2 numa final de sentido único contra o romeno Filip Cristian Jianu.

Seis anos e meio separam a primeira final de Joris De Loore no ATP Challenger Tour da segunda, que este domingo lhe deu o primeiro título, e pelo meio foram sete as operações que inclusive o fizeram falhar por completo as temporadas de 2019 e 2020. Assim, não foi surpreendente vê-lo a festejar de forma muito entusiasmada um título que também por isso contou com muito apoio familiar: “Tive a sorte de poder celebrar com o meu padrasto, que viajou comigo para este torneio, e sei que o meu pai e a minha mãe estavam em casa a ver e a apoiar-me, por isso no momento da vitória veio-me à cabeça todo o esforço, todo o trabalho e foi emocionante.”

As lesões/paragens de De Loore foram tantas que foi o próprio a reconhecer que “precisaria de quase uma hora para contar-vos tudo”, mas esta semana não precisou de preocupar-se com nada extra-jogo e até um match point anulou — foi na meia-final contra Cem Ilkel e a vida extra foi conquistada com um ás, ou não fosse o serviço uma das suas grandes armas e ainda mais num torneio com as condições deste Indoor Oeiras Open (piso rápido indoor).

“Claro que em condições indoor o meu serviço é uma vantagem, mas não acho que seja apenas o serviço: no geral estou a jogar melhor do que alguma vez joguei, a um muito bom nível, e sinto-me muito bem no court, afirmou o atual 341.º classificado no ranking ATP, que chegou a ser 174.º em outubro de 2016.

Cheio de motivação, mas consciente de que terá de manter o nível para continuar a abrir portas, Joris De Loore continuará em Portugal para na próxima semana jogar o Indoor Oeiras Open 2, de categoria superior (75 e não 50). Já sem a ajuda do padrasto-tornado-treinador, mas com a confiança de quem se sente livre de problemas e tem, finalmente, caminho aberto para perseguir o sonho.

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