Indoor Oeiras Open, dia 12: de um Masters 1000 para o Jamor num dia de estreia

Sara Falcão/FPT

OEIRAS – Estamos cada vez mais próximos da conclusão de uma quinzena de muito ténis na nave dos campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor. Pedro Sousa segura a bandeira portuguesa no Indoor Oeiras Open 2 chegados aos quartos de final, tornando-se também o único a fazê-lo nas duas provas. Para chegar um passo mais longe terá de derrotar Pierre-Hugues Herbert, francês renascido após seis meses de ausência e que, tal como o tenista da casa, já alcançou finais no ATP Tour e que até já derrotou Sousa num dos maiores torneio da modalidade.

Miami 2021, primeira ronda. Pedro Sousa e Pierre-Hugues Herbert mediram forças uma única vez anteriormente e logo num dos maiores torneios do mundo. Estava tudo, então, do lado do francês: mais experiente nos grandes palcos, melhor ranking (na altura era 74.º ATP, Sousa 111.º) e, sobretudo, com armas muito mais adequadas aos hard courts. O português de 34 anos não teve grandes chances e recordou o duelo em conferência de imprensa após derrotar Pol Martin Tiifon.

Praticamente dois anos depois tudo mudou. O palco não é um dos grandes da modalidade, o duelo desta quinta-feira é num torneio do circuito secundário, ambos estão fora do top 300 (o luso é 494.º, o gaulês 304.º) e os dois passaram por períodos difíceis e tentam reerguer-se. Pedro Sousa regressou em 2021 após longa paragem e quer regressar ao top 100; Herbert, tal como o lisboeta, está “orgulhoso” da carreira, mas tem “muitos sonhos” por cumprir neste regresso seis meses após uma lesão no joelho esquerdo.

Dois jogadores que sabem o que é estar em finais no ATP Tour – Sousa em Buenos Aires, 2020, Herbert cedeu em quatro decisões, além da presença em inúmeras finais de pares – e que lutam agora pelas meias-finais do Indoor Oeiras Open 2 no primeiro passo para regressarem ao nível que dizem ainda sentir ter.

Tal como em Miami – na altura 6-1 e 6-3 para o tenista mais novo, de 31 anos -, o antigo 36.º da hierarquia de singulares (foi dois na variante de pares) volta a partir com favoritismo devido à superfície rápida, em recinto coberto, do Jamor. E tal como o ex-99.º referiu aos jornalistas é o cinco vezes campeão de Majors quem melhor se adequa às condições de jogo.

Só que o francês vem de paragem prolongada e já soma sete duelos em Portugal, três em singulares (duas vitórias frente aos jovens promissores Matteo Gigante e Filip Cristian Jianu), quatro em pares (fez final no passado sábado). A falta de ritmo ainda se nota aqui e ali, apesar do ténis ‘económico’, e o tipo de jogo criativo e atacante precisa de frescura total para singrar. Já Pedro deverá estar na máxima força, mesmo que as noites de sono não estejam a ser as melhores devido aos filhos pequenos.

Pedro Sousa ultrapassou dois espanhóis que dão algum ritmo, o ideal quando está pouco à vontade com as condições de jogo, mas agora o desafio é totalmente distinto. O encontro promete ser um contraste de estilos: Serviço e jogo de rede de Herbert frente à resposta e jogo do fundo do campo de Sousa. É importante para o antigo número um nacional comandar os pontos sempre que possível para o gaulês não ditar o rumo do encontro – quando sobe à rede -, colocar muitos primeiros serviços para evitar os sneak attacks, aguentar-se o mais possível nos jogos de resposta e evitar cair na ratoeira sem ritmo de pancadas do fundo do court que Herbet tanto gosta. No fundo, puxar o embate mais para os seus termos.

A disputar os primeiros quartos de final desde Maio de 2021 (Oeiras Open de 125.000 dólares), e os primeiros da carreira neste nível em hard courts, o vencedor de oito troféus Challenger (16 finais) mede forças com o tenista com melhor palmarés de todos os presentes no Estádio Nacional. A meta ainda está longe, mas as duas primeiras semanas de 2023 são um bom pronúncio para o que aí vem para o lisboeta, bem longe dos lugares correspondentes às suas qualidades.

O duelo luso-francês é um de quatro de singulares desta quinta-feira, todos eles com elevada nota de interesse pela qualidade de todos os intervenientes de várias faixas etárias, fases de carreira e forma recente.

Mas não só de Pedro Sousa se faz a representação nacional neste antepenúltimo dia de competição. Fábio Coelho e Jaime Faria jogam lado a lado o apuramento inédito para as meias-finais de pares enquanto equipa – o que no caso de Coelho seria mesmo uma estreia nessa fase.

Indoor-Oeiras-Open-2-12-Janeiro

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