Há três semanas, Ben Shelton (89.º) saiu dos Estados Unidos pela primeira vez na vida e a sua primeira experiência fora do país está a alcançar proporções cada vez mais extraordinárias. Despedaçou este sábado os corações do público da casa ao ditar o fim de linha do australiano Alexei Popyrin (113.º) e deu mais um passo de gigante na sua segunda presença em torneios do Grand Slam.
O natural de Atlanta, que foi colega de Duarte Vale – e que abandonou o College depois de ter sido campeão nacional de singulares e pares -, voltou a encantar em Melbourne Park e foi com uma exibição a um nível bem elevado que se inscreveu na segunda semana do Australian Open, graças aos parciais de 6-3, 7-6 (4) e 6-4.
Popyrin pode até ter sido o primeiro a ter do seu lado a chance de quebrar o jogo de serviço do adversário, mas foi Shelton quem foi mais longe ao converter uma de duas únicas chances, que o conduziram à primeira vitória. Com ambos a mostrarem-se incapazes de efetivarem as ameaças, o segundo parcial só se resolveu no tira teimas, que veio a cair para o mesmo lado para dilatar a margem do jogador visitante.
E Shelton até não perdeu tempo em busca de construir um fosso logo na fase de abertura do decisivo terceiro set, mas as hipóteses não surtiram efeito e foi apenas na reta final que deu por concluída a contenda para ocupar uma das últimas vagas ainda existentes no alinhamento dos oitavos de final.
A viver uma semana que vai marcar certamente a sua carreira, aos 20 anos Ben Shelton atinge pela primeira vez a quarta eliminatória de um Major, mas tem a ambição de voar ainda mais alto. Um inédito apuramento para os quartos de final do “Happy Slam” tem sérias hipóteses de se concretizar, mas para isso precisa de deixar para trás o compatriota Jeffrey John Wolf (67.º).
