Tsitsipas sobrevive a braço de ferro de cinco sets e regressa aos quartos de final do Australian Open

Stefanos Tsitsipas apurou-se para os quartos de final do Australian Open pela quarta vez na carreira, mas precisou de trabalhar para não deixar escapar uma vantagem de dois sets a zero no reencontro com Jannik Sinner. O grego é não só o melhor classificado ainda em prova, como o grande favorito a chegar à final na metade superior do quadro.

6-4, 6-4, 3-6, 4-6 e 6-3 foram os parciais de um encontro resolvido em exatamente 4 horas, com o número quatro mundial a reagir a dois sets nos quais foi massacrado por uma reação exímia de Sinner (muito forte na pancada de serviço, mas também na resposta ao criar um total de 26 oportunidades de break, 18 só nessas duas partidas).

Inicialmente, o sexto frente a frente entre Tsitsipas e Sinner até parecia inclinado para uma resolução em três partidas. Apesar da alta qualidade de parte a parte, o grego aproveitou ligeiras quebras de rendimento do italiano (que mentalmente ainda deixa a desejar em relação aos demais) a partir do 4-4 em ambos os sets e ganhou uma vantagem considerável e confortável, aproximando-se do knock out.

Só que o arranque do terceiro set ditou uma mudança no rumo do encontro. Com uma alteração significativa das condições de jogo (mais frio e mais humidade, propícias às pancadas chapadas de Sinner e desvantajosos para o top spin de Tsitsipas), o grego sentiu cada vez mais dificuldades nos jogos de serviço, deixou de criar oportunidades na resposta e o italiano conseguiu arrancar-lhe os primeiros sets desde 2020, na terra batida de Roma, passando a dominar a maioria das trocas de bolas desde a linha de fundo.

Com tudo empatado, a paciência de Tsitsipas valeu-lhe a vitória. Os primeiros pontos de break surgiram ao 2-1, três consecutivos, mas Sinner ainda conseguiu anulá-los. Só que na oportunidade seguinte (novamente com um 0-40 e depois do italiano ter salvo os dois primeiros) a vez de Tsitsipas chegou e o grego abriu a “ferida” que lhe permitiu evitar a segunda derrota da carreira depois de estar a liderar por dois sets a zero — a primeira (e, assim sendo, única, foi na final de Roland-Garros 2021 frente a Novak Djokovic).

“Tentei manter-me muito calmo, como o Senhor Laver fazia nos seus dias”, revelou entre sorrisos enquanto apontava para Rod Laver, um dos convidados de luxo para assistir ao encontro desta noite… na Rod Laver Arena. A revelação foi feita ao entrevistador (e ex-jogador) Jim Courier entre sorrisos e respirações ofegantes, com o cansaço acumulado e a consciência de que tinha acabado de escapar a uma reviravolta perante “um adversário inacreditável que jogou um ténis incrível nos terceiro e quarto sets.”

Semifinalista do Australian Open em 2019, 2021 e 2022, Stefanos Tsitsipas colocou-se a um passo de igualar os melhores resultados da carreira no “Happy Slam”. E será o grande favorito a vencer não só para o próximo encontro, como a chegar à final entre os jogadores da sua metade do quadro: o tenista de Atenas, que é o melhor classificado entre os sobreviventes desta edição, vai encontrar nos quartos de final a grande sensação da semana, o checo Jiri Lehecka, que este domingo surpreendeu Félix Auger-Aliassime.

Se for bem sucedido, discutirá o acesso à primeira final da carreira em Melbourne ou com o russo Karen Khachanov, ou com o norte-americano Sebastian Korda.

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