Francisca Jorge de cabeça erguida: “Custa, mas estou aqui para continuar a trabalhar e enfrentar as próximas batalhas”

Beatriz Ruivo/FPT

OEIRAS — Francisca Jorge não conseguiu colocar a cereja no topo do bolo e terminou o Oeiras CETO Open como vice-campeã, mas despediu-se do Clube Escola de Ténis de Oeiras com a cabeça erguida depois de ter disputado a final de singulares mais importante da carreira.

“Agora custa, mas estou aqui para continuar a trabalhar e dar luta, por isso venham as próximas batalhas porque eu estou aqui para as enfrentar”, garantiu a melhor tenista portuguesa da atualidade depois da derrota por 1-6, 6-4 e 6-3 para a uzbeque Nigina Abduraimova.

Na derradeira entrevista da semana, Francisca Jorge explicou que “não foi fácil” perder a final, sobretudo pela forma como entrou no encontro: “Estava a jogar a um muito bom nível e senti que ela não estava a gostar do que eu estava a fazer. Eu sabia que ela gosta de bater a bola ao nível da cintura, por isso tinha de a forçar a ir para trás porque se estiver a dois ou três metros da linha de fundo não vai conseguir mandar a bola tão chapada e aí eu fico no comando do jogo e consigo abrir ângulos ou meter a bola mais curta, o que a força a subir à rede. Ela é alta e custa-lhe a baixar as pernas, mas entretanto ficou mais competitiva, jogou bem nos pontos importantes e passou a anular um pouco o que eu estava a fazer.”

Na primeira final da carreira em torneios tão importantes (já tinha discutido sete finais individuais, mas todas entre ITFs de 15.000 e 25.000 dólares), a jovem de Guimarães reconheceu que a reação de Abduraimova lhe criou “um bocadinho de desespero.”

“Não lidei como gostaria com o facto de ter ganho o primeiro set de uma forma aparentemente tão fácil. Depois o jogo começou a fugir-me devagarinho e isso custou-me. Eu sabia o que tinha de fazer, mas já não estava a resultar tão bem e não foi fácil de lidar com isso, porque ela agarrou-se e acabou o encontro a jogar muito bem”, concluiu Francisca Jorge.

De malas feitas para uma semana de recuperação e preparação antes do regresso à competição, que acontecerá em solo espanhol, a tenista vimaranense refletiu sobre a importância do mês de abril, que começou com uma campanha irrepreensível ao serviço da seleção nacional na Billie Jean King Cup, continuou com a final mais importante da carreira em pares (no Oeiras Ladies Open do Jamor, com a irmã Matilde Jorge) e terminou com a maior final da carreira em singulares, que foi também a quarta mais importante do ténis feminino português.

“Estou a jogar melhor, a mexer-me bem e sinto-me preparada para estas batalhas, por isso podem vir coisas bastante boas daqui para a frente. Tenho vindo a evoluir o meu ténis e sei que se continuar a ganhar bagagem e a conquistar pontos vou conseguir chegar a um torneio do Grand Slam”, afirmou depois de ser confrontada com a subida no ranking (a 8 de maio ficará numa posição a rondar o top 280) que a deixará mais próxima do que nunca do cut para o qualifying de um “Major”.

“Ainda não é para já, mas há de vir. É uma questão de tempo e acredito que estou no bom caminho, por isso vamos seguir em frente”, rematou já com o sorriso de volta ao rosto.

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