PARIS — Depois de vencer o encontro da segunda ronda em Roland-Garros, a bielorrussa Aryna Sabalenka recusou-se a responder a perguntas sobre a guerra na Ucrânia e a condenar pessoalmente a invasão da Rússia que é apoiada pelo seu país.
Tudo aconteceu na conferência de imprensa que se seguiu à vitória sobre a compatriota Iryna Shymanovich, quando um jornalista ucraniano colocou duas questões que não mereceram resposta por parte da número dois mundial:
Jornalista — Quero fazer-te duas perguntas. A primeira é sobre a Bielorrússia: em 2020 assinaste uma carta de apoio ao presidente Aleksandr Lukashenko numa altura em que ele estava a torturar e espancar protestantes nas ruas. E depois apareceste a celebrar o Ano Novo com ele. Como é que é possível que uma potencial número um do mundo suporte um ditador e…
Aryna Sabalenka — Não tenho comentários para ti, por isso obrigado pela tua pergunta.
Jornalista — A segunda pergunta é que continuas a dizer que ninguém apoia a guerra, mas podes falar por ti própria e afirmar ‘Eu, Aryna Sabalenka, condeno veementemente o facto da Bielorrússia estar a atacar a Ucrânia com mísseis e quero que isso pare?’
Aryna Sabalenka — Não tenho comentários para ti.
Recorde-se que, na primeira ronda, Sabalenka passou Marta Kostyuk num encontro em que a ucraniana acabou assobiada pelo público francês ao não apertar a mão à bielorrussa depois da derrota.
Na sequência desse duelo, Sabalenka — que tem sido uma das tenistas bielorrussas ou russas mais vocais sobre o assunto — afirmou que “quer se trate dos atletas bielorrussos ou dos atletas russos, ninguém apoia a guerra. Como é que alguém pode apoiar a guerra? De maneira nenhuma. Porque é que temos de dizer isto alto e bom som? É óbvio, é 1 + 1 = 2. É óbvio que não apoiamos a guerra. Se pudéssemos pôr-lhe fim, fá-lo-íamos imediatamente, mas infelizmente isso não depende de nós.”
