Aura ou coincidência? Certo é que Gastão Elias tem uma conquista inédita à vista

Beatriz Ruivo/FPT

OEIRAS — Quando Gastão Elias pisar o Court 1 da nave de campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor em busca da 20.ª vitória seguida neste palco estará, em simultâneo, a perseguir um triunfo inédito. O cenário aparentemente paradoxal é rapidamente explicado pela superfície em que acontece o Indoor Oeiras Open, o Challenger que escolheu para começar 2024.

O currículo do tenista português no circuito secundário é tão vasto (afinal, falamos do recordista nacional quer de finais, quer de títulos) que a primeira participação numa decisão em piso rápido lhe fintou a memória na antevisão ao “Dia D”, mas aconteceu e foi, inclusive, uma das primeiras da carreira — em janeiro de 2012 na cidade brasileira de São Paulo.

Esclarecidas as dúvidas, o que de facto Gastão Elias nunca fez foi levar até ao fim uma campanha em torneios Challenger disputados em piso rápido. Ou seja, a final deste domingo — num Jamor que tão bem conhece mas onde nunca tinha competido a título individual nesta superfície — pode mesmo significar uma conquista sem precedentes.

Um final feliz contra o “tenista-caracol” Maks Kasnikowski (defrontam-se a partir das 11h) faria do tenista da Lourinhã o sexto entre os 10 portugueses que já venceram provas neste circuito a erguer um troféu de campeão em piso rápido, seguindo os passos de Nuno Marques (quatro), Nuno Borges (dois), João Sousa, Frederico Gil e João Cunha e Silva (um).

Uma lacuna tão curiosa quanto surpreendente quando considerados os anos que passou na Academia IMG onde cresceu como um dos jovens mais promissores da sua geração e até três dos encontros mais especiais da carreira: a melhor vitória, contra Gael Monfils no ATP 250 de Estocolmo (piso rápido indoor) em 2016), e duas das melhores derrotas, ambas para Dominic Thiem, no tie-break do quinto set de uma eliminatória da Taça Davis em Guimarães 2016 e na primeira ronda do ATP 250 de Sydney em 2017 (após três sets).

Explicado o paradoxo inicial, resta dizer, a propósito da interrogação que serve de título a esta peça de lançamento, que Gastão Elias não acredita em auras e julga tratar-se de uma simples coincidência o facto de estar a prolongar a invencibilidade no Jamor.

O ténis português fica a desejar que esta coincidência tenha um 20.º capítulo.

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