Henrique Rocha nunca mais vai esquecer esta semana: aos 19 anos, chegou pela primeira vez às meias-finais de um torneio Challenger, depois tornou-se no segundo português mais novo de sempre a atingir uma final no circuito secundário e este domingo colocou a cereja no topo do bolo ao conquistar o título mais importante da carreira.
A história foi feita com uma vitória por 3-6, 7-6(0) e 7-5 contra Nikoloz Basilashvili e com uma recuperação notável de 3-6, 4-5 — com o georgiano, ex-número 16 mundial e vencedor de cinco torneios ATP, a servir para a vitória — e ainda de 0-3 no último set.
Aos 19 anos, 11 meses e 18 dias, Henrique Rocha tornou-se no 11.º tenista portuguêsa a vencer um torneio Challenger, seguindo os passos de Nuno Marques, João Cunha e Silva, Emanuel Couto, Frederico Gil, Rui Machado, João Sousa, Gastão Elias, Pedro Sousa, João Domingues e Nuno Borges, e apenas no segundo a fazê-lo na adolescência, tal como Nuno Marques.
Mas a história não se fica por aqui: com a campanha em Múrcia, onde chegou no 248.º lugar do ranking, Henrique Rocha assegurou a estreia no top 200 mundial na próxima atualização da tabela (após o ATP Masters 1000 de Miami), tornando-se apenas no 15.º homem português a chegar a este grupo do ranking ATP.
A vitória na final foi arrancada a ferros. Em estreia em finais desta importância, o jogador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis sentiu dificuldades em lidar com o ténis agressivo de Basilashvili em vários momentos e esteve a perder por 6-3 e 2-0, 6-3 e 3-1, 6-3 e 5-4 com o adversário a servir para a vitória (tinha recuperado o break de atraso no jogo anterior), mas também por 3-0 na terceira partida.
Apesar dos vários obstáculos, o novo número dois nacional — já tinha garantido a ultrapassagem a Gonçalo Oliveira com a vitória dos quartos de final — nunca baixou os braços e mesmo quando foi quebrado na primeira vez em que serviu para a vitória (ao 5-4 do terceiro set) manteve o foco.
A recompensa foi o título mais importante da carreira, com toda a história e números que o acompanham.
Mas o tempo para celebrar será pouco, dado que na próxima semana volta a jogar um torneio Challenger em solo espanhol e novamente com um adversário de topo pela frente: o ex-top 20 Cristian Garín será o primeiro oponente no torneio de Girona.
Bom, acho que merece por completo o terceiro wildcard do Estoril Open.