Sem efusividade e aparato, Jaime Faria quer “mais vitórias” rumo ao objetivo

Sara Falcão/FPT

OEIRAS – Não o esconde, nem há como fugir ao assunto. Jaime Faria está empenhado em juntar-se ao contingente luso em Roland-Garros composto pelos amigos Nuno Borges, Henrique Rocha, Francisca Jorge e Francisco Cabral. O triunfo sobre o bem-conhecido Chun-Hsin Tseng na segunda ronda do Oeiras Open 125 aproximou-o da meta, mas ainda não chega. Segue-se outro duelo contra alguém com quem está bem familiarizado. Sempre “focado e sem fazer grandes aparatos”.

A “vitória convincente” desta terça-feira, na qual fez “quase tudo perfeito” também devido à excelente preparação do compromisso – Tseng chegou a passar semanas de treino no Jamor antes de ingressar no top 100 em 2022, pelo que estava longe de ser um desconhecido -, deixou o número três nacional “muito feliz”. “Ele joga bem à altura da cintura, é um jogador que se mexe muito bem e quando está no rally é muito perigoso. Sabia que tinha de variar um pouco os ritmos, tinha de servir bem e focar-me nos inícios de jogada. Foquei-me também muito no lado esquerdo dele para não o deixar muito confortável. E depois fui agressivo com a direita”.

Satisfeito com as condições de jogo, Jaime Faria quer continuar a somar sucessos. As 26 vitórias de 2024 “são só números”. “O meu ranking anda ali nos 250 [virtualmente já ficará perto dos 240 primeiros], mas quero estar melhor. Ainda não estou em Roland-Garros. Tenho de ganhar mais dois encontros, não sei se ganhando na sexta-feira garanto ou não, portanto tenho de me focar, continuar a trabalhar e a jogar bem”.

Sem demasiada pressão em cima dos ombros por ter definido a meta – um objetivo talvez difícil de imaginar no início da temporada, mas os tais 26 triunfos, onde se incluem quatro troféus ITF e um qualifying do Millennium Estoril Open, colocaram-no ao virar da esquina -, Faria sabe que “ganhar ajuda, como é lógico”. “Ajuda a ganhar pontos e as contas fazem-me no fim. Espero continuar a dar uma boa réplica em campo”.

A próxima será frente a um tenista conhecido, o lituano Vilius Gaubas, carrasco de Frederico Silva na ronda inaugural (outro jogador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis e, portanto, com o mesmo enquadramento técnico), contra quem venceu na final do Faro Open no início de março (o segundo dos quatro títulos consecutivos na série de provas ITF algarvias). “Considero-me favorito só por causa do ranking. Tenho de pensar no que tenho de fazer e não no que está em jogo. Vou puxar pelo meu nível e bater na bola amarela, depois logo se vê”.

O português de 20 anos está apurado pela terceira vez para quartos de final de um torneio Challenger, mas os primeiros numa categoria 125. Ainda assim não há motivo para celebrar efusivamente mais uma barreira, de muitas ultimamente, superada nos últimos dias. As vitórias neste torneio, em especial a da ronda inaugural, a maior da carreira (sobre Thiago Monteiro), “são provas do meu bom nível, portanto há que continuar focado e não fazer grandes aparatos rumo ao que quero, rumo ao objetivo”.

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