MÓNACO — Portugal resistiu ao Mónaco e saiu do Monte-Carlo Country Club com uma vitória por 3-2 que manteve a seleção nacional na rota do eterno objetivo, a chegada à fase final da Taça Davis, e foi com isso em mente que o capitão, Rui Machado, reagiu ao feito celebrado a muito custo na tarde deste domingo.
“Estamos muito contentes por ter ganho esta eliminatória. Para quem não conhece a Taça Davis e não vive isto, isto foi mesmo Taça Davis, porque aqui os jogadores superam-se e jogam a um nível a que não estamos habituados a vê-los. Acontecem muitas coisas, muitas reviravoltas e foi uma eliminatória sofrida. Mas o que importa e foi o que eu disse desde o primeiro momento é acabar o último dia e o último jogo com a vitória, por isso o nosso objetivo foi cumprido.”, disse o algarvio de 40 anos ao Raquetc logo após a vitória de Henrique Rocha no encontro decisivo.
O cumprir de missão em terras monegascas manteve Portugal na rota de um objetivo maior, o de chegar pela primeira vez na história à fase final. É essa a missão de Rui Machado desde que assumiu a liderança da equipa — agora com um desejo pelo meio uma vez que a manutenção no Grupo Mundial 1 está garantida (a ronda joga-se em setembro e dá acesso às Qualifiers de fevereiro que permitem chegar à fase final): “Agora resta-nos ‘pedir’ para jogar em casa, porque já temos saudades de jogar com o nosso público e isso sempre aumenta as nossas possibilidades de continuarmos a ganhar. Mas acima de tudo continuamos a trabalhar e a perseguir aquele que é o nosso sonho para ver se um dia conseguimos chegar à fase final. Temos uma equipa com jogadores muito jovens que certamente vai ter cada vez melhores performances daqui para a frente.”
Sobre a escolha de Henrique Rocha: “Sabia que para os singulares contava no primeiro com o Nuno, no segundo com o Jaime e o Henrique, ou seja, são dois jogadores muito jovens que têm feito um caminho extraordinário, que conheço muito bem porque trabalho com eles há muitos anos e por isso conheço bem as capacidades deles. Sabia que podia contar com os dois e era uma boa dor de cabeça. A decisão foi feita hoje porque também queria ver como é que eles acordavam e o desgaste que tinham, mas a ideia inicial vinha de ontem. O Henique na última vez que jogou a Taça Davis fez um grande encontro, estava fisicamente fresco e senti-o muito motivado para jogar, mesmo não tendo sido escolhido para o primeiro dia continuou a trabalhar bem e a preparar-se da melhor maneira e isso para mim é muito importante, portanto sabia que ele ia estar preparado.”
Análise à vitória de Nuno Borges e Francisco Cabral no par: “Foi um par de Taça Davis, mais um encontro muito bem conseguido pelos dois. O Nuno começou muito bem, o Francisco acompanhou mais no meio e no final acabou a jogar muito bem, o que também ajudou a que caísse para o nosso lado.”
Sobre o primeiro singular do dia (derrota de Nuno Borges para Valentin Vacherot): “O Nuno entrou bem, mas sofreu uma quebra de intensidade no início do segundo que fez com que o adversário entrasse muito bem e se tornasse muito mais confiante. A partir daí não voltou a encontrar o mesmo nível e penso que lhe faltou um pouco de energia para voltar ao encontro e procurar esse nível porque o par efetivamente foi muito desgastante.”