☕️ da manhã: a raqueta desaparecida, a desistência indesejada e o regresso das madrugadas emocionantes

Ready? Play! O Australian Open 2023 começou na madrugada desta segunda-feira e com ele regressaram as habituais emoções da primeira jornada — e mais alguma. Houve favoritas a arrasar, a campeã-retirada Ash Barty regressou na forma de conselheira e de forma indireta prolongou a sua senda de triunfos, uma “miúda” que brilhou em Portugal fez história e a ela seguiu-se um dos chineses que se preparam para escrever história para o país asiático. Caíram favoritos e desistiu o maior favorito do público, Rafael Nadal, numa madrugada em que uma das raquetas de Rafael Nadal desapareceu em pleno encontro e que terminou com a derrota do primeiro representante nacional a entrar em ação, Nuno Borges.

“Café da manhã” é o resumo do Raquetc sobre tudo o que aconteceu durante a madrugada em Melbourne Park. Para os que se esqueceram de tomar café, para os que o beberam mas não ficaram noite dentro e até para quem viu tudo — com um toque de boa disposição e aquilo que as aplicações de resultados não dizem.

O cardápio das primeiras horas ofereceu ao público de Melbourne — e não só — encontros femininos de alto gabarito que não desiludiram. A alemã Eva Lys conquistou o primeiro ponto desta edição e inaugurou a já habitual lista de “primeiros vencedores” elaborada pelo Raquetc, que assinalou como primeira vencedora do torneio Jessica Pegula.

Em muito boa forma desde o arranque da época (venceu os últimos quatro de cinco encontros na United Cup, onde ajudou os EUA a conquistarem o título), a norte-americana, número três mundial, só deixou escapar um jogo a caminho da vitória por 6-0 e 6-1 sobre Jaqueline Cristian.

A ela seguiram-se, também com tranquilidade, a compatriota Coco Gauff e a britânica Emma Raducanu, que vão estar frente a frente na segunda ronda, e mais tarde a regressada Bianca Andreescu, que deixou pelo caminho uma das cabeças de série ao eliminar Marie Bouzkova por 6-2 e 6-4, e Maria Sakkari, que superou a chinesa Yue Yuan por 6-1 e 6-4.

Mas logo a abrir o dia houve quem precisasse de passar mais de três horas em campo para garantir a passagem à segunda ronda. Foi o caso da norte-americana Danielle Collins, que um ano depois de ter alcançado a final fez soar os alarmes logo ao quinto jogo, quando requisitou a intervenção do fisioterapeuta para lhe tratar o joelho esquerdo, e que acabou a celebrar após 3h01 ao derrotar a russa Anna Kalinskaya por 7-5, 5-7 e 6-4.

Um pouco antes, a russa Diana Shnaider escreveu mais umas linhas de história. Com apenas 18 anos e já na 106.ª posição do ranking WTA, a jovem que em abril de 2022 conquistou o maior título de uma muito curta carreira (que durante esse ano ainda intercalou com campanhas de sucesso como júnior nos torneios do Grand Slam) no Clube Escola de Ténis de Oeiras, ou CETO, venceu Kristina Kucova por 7-6(6) e 7-5 para se apurar para a segunda ronda de um “Major” pela primeira vez.

A história de Shnaider, que passou o qualifying, fica ainda mais intrigante quando é dito que a russa está comprometida com uma universidade norte-americana para começar a competir (e estudar) no circuito universitário a partir desta época, apesar da classificação que já ocupa no circuito feminino. Um cenário por apurar ao longo dos próximos dias.

Por esta altura já Olivia Gadecki tinha celebrado a primeira vitória da carreira em torneios do Grand Slam com a ajuda da compatriota Ash Barty, que um ano depois de ter feito história ao vencer o torneio, que acabou por ser o único de uma carreira que terminou de forma abrupta, regressou na forma de “conselheira” para ajudar a número 199 mundial.

E entretanto surgiu a notícia que ninguém queria receber: Nuno Kyrgios tem um cisto e uma rutura no menisco lateral do joelho direito e desistiu do Australian Open, torneio do Grand Slam para o qual se tinha considerado “um dos grandes favoritos” numa das antevisões feitas durante os últimos dias. O australiano terá de fazer uma pequena cirurgia e só deverá regressar em março, no ATP Masters 1000 de Indian Wells.

Entretanto chegaram as primeiras vitórias de relevo no quadro masculino que o jogador da casa desfalcou, nomeadamente de Jannik Sinner (6-4, 6-0 e 6-2 ao regressado e ex-semifinalista Kyle Edmund), Sebastian Korda (6-4, 1-6, 6-3 e 6-2 perante Cristian Garín), Denis Shapovalov (6-4, 4-6, 6-4 e 6-1 a Dusan Lajovic) e Frances Tiafoe, norte-americano que mais do que os parciais de 6-3, 6-2, 6-7(5) e 7-6(6) a Daniel Altmaier deu que falar pelo equipamento original com que se apresentou em court — e que rapidamente correu as redes sociais.

A derrota de Nuno Borges para Lorenzo Sonego num encontro em que o número dois português lutou de igual para igual com o italiano (top 50 e ex-top 20) e só caiu após quatro partidas na estreia no torneio não deu a este “Café da manhã” o final feliz mais desejado, mas encerramos o regresso da rubrica com um episódio recheado de boa disposição:

Decorria o primeiro set do encontro de Rafael Nadal com Jack Draper (que o espanhol venceu depois de sentir muitas dificuldades na segunda partida) quando uma das raquetas do campeão em título desapareceu.

Tudo não passou de um mal entendido: Nadal pretendia que um dos apanha-bolas levasse uma das suas raquetas para ser encordoada durante o encontro, mas o jovem saiu do court com a raqueta usada, isto é, a que o maiorquino pretendia utilizar nos jogos seguintes. De sorriso rasgado, o maiorquino tomou controlo da situação com a educação que se lhe conhece e ainda teve o discernimento de explicar ao adversário o que estava a acontecer para que este compreendesse o motivo da sua demora:

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