Com “mais-valia” de ex-rival, João Domingues aponta a “longo prazo”

BRAGA – Em 2019, João Domingues arrecadou no Clube de Ténis de Braga o segundo de três troféus Challenger da carreira. Quatro anos depois, muito mudou para o tenista oriundo de Oliveira de Azeméis, essencialmente devido aos constantes problemas físicos que o assolam há cerca de dois anos. De energias renovadas, o português de 29 anos foca-se no processo e trouxe para o Braga Open uma novidade: tem do seu lado João Monteiro, ex-top 250 e um antigo rival desde os tempos de júnior.

O primeiro degrau nesta quinta edição do Braga Open foi atingido. Depois de superar um ex-top 100, João Domingues derrotou Tiago Pereira para formar um quinteto de lusos no quadro principal da prova. “Consegui cumprir um dos maiores objetivos. Tive dois bons testes, estou satisfeito pela forma como estou a jogar e como lidei com estes dois encontros”, realçou o atual número dez nacional em conferência de imprensa, na qual deixou elogios ao jovem compatriota opositor desta segunda-feira.

De volta a um court “de muitas felicidades” — e com uma pequena lesão no calcanhar, que o obrigou a não competir nas últimas semanas em provas ITF, controlada, até porque “jogar em terra batida não é tão agressivo e o impacto é menor” —, Domingues sublinhou novamente a importância de cimentar o seu ténis para atacar a próxima temporada e os próximos tempos da melhor forma.

“O objetivo é jogar o máximo de jogos possíveis este ano. Estou a concentrar-me no que quero a longo prazo, em como jogo e em ser fiel a mim mesmo e no trabalho que tenho de fazer. Não estou a focar-me tanto em resultados neste momento. Tenho os pés assentes na terra e tenho muito para melhorar e evoluir. Se jogar bem os resultados vão aparecer”.

Para esse caminho está a ter ajuda recente de João Monteiro, um velho conhecido desde os primeiros passos na modalidade. “Ele é da minha idade, conhecemo-nos desde os nove anos. Falei com ele porque sabia que estava pelo Norte e eu tenho estado mais por cá”, contou.

Antigo 237.º do ranking mundial, bicampeão nacional e vencedor de dez títulos internacionais, Monteiro ingressou nos últimos meses no papel de treinador, com especial preponderância no circuito feminino e com jogadoras de relevo sob a sua alçada. A última das quais foi Simona Halep, ex-número um mundial e titular de dois Grand Slams — entretanto suspensa por doping —, que tem contado com a ajuda do portuense nestes recentes tempos longe da competição.

Sobretudo devido à situação atual da romena, João Monteiro regressou a Portugal. Para já, o plano para a parceria com o contemporâneo júnior estende-se somente até ao Del Monte Lisboa Belém Open da próxima semana (e o início deu-se na semana anterior a esta, de preparação para este Braga Open), mas “vamos ver o que o futuro traz”.

“Ele tem muito boas características e vejo-o como um bom treinador. Pode vir a ser muito bom treinador, ainda melhor, pelas características que tem mentais, pela forma como vê o jogo, pela forma como jogava. Tem bons ingredientes para me ajudar a mim e com quem ele trabalhar. Pode vir a ser uma grande mais-valia para mim”.

A ajuda que se segue tem em vista o sul-coreano Gerard Campana Lee (419.º), adversário de João Domingues na primeira ronda do quadro principal, num encontro agendado para esta terça-feira no court de uma das maiores glórias do oliveirense.

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