Henrique Rocha sobre vitória decisiva: “Consegui superar-me e ajudar Portugal é uma sensação muito boa”

Anastasia Barbosa

MÓNACOHenrique Rocha assinou o ponto decisivo para a vitória de Portugal na deslocação ao Mónaco e foi de sorriso rasgado que abordou o encontro deste domingo, um dia em que a seleção das quinas teve de sofrer para vencer e assegurar a manutenção no Grupo Mundial 1 da Taça Davis.

“Foi um encontro muito duro, aliás, foi toda uma eliminatória muito dura, com encontros muito apertados. Ontem o Jaime teve um encontro de três sets muito duro, depois o Nuno conseguiu resolver a coisa de forma mais tranquila, mas hoje voltámos a ter encontros muito complicados. Acho que acabei por fazer um bom jogo. Sabia que, em teoria, era favorito e isso pesou, principalmente nos primeiros jogos. Não sabia bem o que esperar e ele entrou muito bem, mas consegui superar-me com a ajuda de todos, desde família a amigos e todos os que vieram aqui apoiar-nos. Foi simplesmente incrível e ajudar Portugal é uma sensação muito boa”, confessou ao Raquetc no Monte-Carlo Country Club.

Chamado por Rui Machado para o encontro decisivo depois da derrota de Nuno Borges num singular que podia ter acabado com a eliminatória, Henrique Rocha defrontou e venceu o especialista de pares Romain Arneodo, que há vários anos deixou de competir regularmente nos singulares. O monegasco também foi chamado à última hora, mas o número três nacional (161.º ATP) estava preparado: “Já estava à espera que fosse ele porque diria que é o segundo melhor jogador para singulares. É óbvio que os pares são a especialidade deve, mas já jogou singulares, teve algum ranking, portanto eu estava mais ou menos preparado. É claro que exigiu uma preparação extra, porque significou que ia fazer mais serviço-rede do que um jogador normal, tentar encurtar os pontos e fazer imensos amorties, mas tudo isso fez parte da minha preparação.”

“Tinha de focar-me em servir bem, responder bem e jogar o mais fundo possível para não lhe dar muitas hipóteses de vir para a rede e tentar variar o jogo. Acho que fiz isso bem e no final de contas foi o que me deu a vitória”, acrescentou Rocha, que anulou vantagens de 2-5 em ambos os parciais ao vencer cinco jogos consecutivos. “Foi mesmo com a ajuda do público. Ajudaram-me a ir ponto a ponto, a aceitar os bons momentos dele e os menos bons da minha parte. E fui melhorando o nível para impor o meu ritmo.”

Esta foi a terceira vez em que Henrique Rocha foi chamado a competir com as cores de Portugal e a terceira em que venceu. Depois de uma estreia que já não interferia nas contas durante a derrota para a Finlândia, seguiu-se a histórica vitória frente a Casper Ruud na Noruega (a primeira de um português sobre um top 10 na Taça Davis) e, este domingo, a primeira num encontro decisivo e com final feliz para Portugal: “São encontros mais difíceis do que os do circuito porque para além de jogarmos por nós temos a responsabilidade de estar a jogar com a bandeira do nosso país. Isso faz com que haja uma pressão acrescida, mas tenho conseguido lidar bem com ela e fico feliz por mostrar ao capitão que tem muitas opções. Estou muito feliz e em setembro há mais, temos uma equipa com cada vez melhor ambiente e cada vez mais unida, pode ser que consigamos manter-nos assim por muitos anos.”

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