“Desconhecido” Ryan Peniston com estreia memorável em torneios ATP na relva do Queen’s Club

Ryan Peniston dificilmente poderia pedir uma estreia melhor em torneios do circuito ATP.

Aos 26 anos, o tenista britânico viu o seu esforço e resultados recentes serem recompensados com um wild card para o quadro principal do tradicional ATP 500 do Queen’s Club, em Londres, e respondeu ao convite com uma vitória sobre o número cinco mundial e recém-finalista de Roland-Garros, Casper Ruud.

No dia mais importante da carreira, o jovem britânico aplicou os parciais de 7-6(4) e 7-6(2) ao norueguês para celebrar a melhor vitória da carreira depois de uma noite mal dormida.

“Não consigo acreditar, parece um sonho. Ontem à noite não consegui dormir muito bem e agora ainda não me parece real”, admitiu na entrevista em pleno court central do clube londrino depois de superar o primeiro cabeça de série do torneio perante milhares de compatriotas.

Apesar da ocasião, e das poucas horas de sono, Peniston não transpareceu estar nervoso: o britânico fez uso da sua direita para controlar o jogo contra Ruud, que também gosta de dominar com aquela pancada, e causou dificuldades ao recém-finalista de Roland-Garros (e campeão do ATP 250 de Genebra) com um serviço de esquerdino que lhe permitiu explorar a abertura de ângulos para desenhar a vitória em 2h10, num encontro em que salvou nove dos 10 (!) pontos de break que enfrentou.

Se há um ano era o número 375 do ranking e estava a disputar (e a perder) a primeira ronda do qualifying deste mesmo torneio, agora Ryan Peniston é um dos mais recentes elementos do top 200 mundial e com a vitória desta terça-feira saltará da 180.ª para — ao que tudo indica — a 156.ª posição. E a verdade é que as suas hipóteses de chegar aos quartos de final são consideráveis: terá pela frente o argentino Francisco Cerúndolo (46.º), que venceu Pedro Martínez para registar a primeira vitória da carreira na relva.

Com apenas um ano de idade, o britânico foi diagnosticado com sarcoma (cancro nos tecidos moles) e teve de fazer quimioterapia durante 18 meses e esta terça-feira, durante o seu discurso vitorioso, deixou um agradecimento aos profissionais que o ajudaram a superar a doença.

Apesar da vitória de Peniston, que esta terça-feira também soube que terá um wildcard para Wimbledon, nem tudo são boas notícias para o público britânico, que apesar de ter celebrado na segunda-feira a vitória de Jack Draper sobre o quarto cabeça de série, Taylor Fritz, despediu-se entretanto de Andy Murray (desistiu devido a uma lesão abdominal), de Cameron Norrie (vice-campeão em 2021 que perdeu com Grigor Dimitrov, vencedor em 2014) e já esta terça-feira de Daniel Evans, eliminado pelo campeão em título Matteo Berrettini.

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